Bloomberg — O preços do minério de ferro, principal produto da Vale (VALE3), caiu pela quarta semana consecutiva, a mais longa sequência de queda em quase um ano, em meio à especulação de que as usinas siderúrgicas chinesas reduzirão produção diante da crise imobiliária interminável do país.
Os futuros da matéria-prima chegaram a cair 1,6% nesta sexta-feira (13) em Singapura, para US$ 112,80 a tonelada, e acumulam um declínio de mais de 7% desde meados de setembro.
Dados divulgados nesta sexta-feira mostram que a China está prestes a entrar em deflação, o que aumenta as preocupações com as perspectivas de crescimento do país.
Apesar das medidas de estímulo do governo, “o aprofundamento da crise no mercado imobiliário da China não é um bom sinal para commodities”, disseram os analistas Daniel Hynes e Soni Kumari, do banco ANZ Group. “Isso mantém as perspectivas de demanda por aço fracas, aumentando o risco de queda de lucratividade para as usinas.”
Especialistas do mercado também apontam para a probabilidade crescente de restrições à produção de aço na China antes do final do ano.
Ao mesmo tempo, dados de rastreamento de navios continuam a sinalizar fluxos marítimos robustos provenientes da Austrália e do Brasil, os principais fornecedores de minério.
“Várias siderúrgicas anunciaram recentemente planos de manutenção e há uma forte expectativa de que a produção de metal fundido cairá”, disse a Huatai Futures. Apesar disso, políticas macroeconômicas favoráveis poderão ser implementadas, dado o desejo do governo de estabilizar a economia, acrescentou.
Há o risco de os preços caírem para menos de US$ 100 a tonelada até o final do ano, segundo o ANZ.
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