Minério de ferro se estabiliza perto de US$ 103 após três dias de queda

Ampla oferta em momento de crise imobiliária na China limita a recuperação dos preços da commodity, que cai 26% no acumulado do ano

Crise imobiliária na China e sinais de ampla oferta de minério também limitam a recuperação dos preços
Por James Poole
25 de Junho, 2024 | 10:56 AM

O minério de ferro interrompeu três sessões de queda, enquanto os traders avaliam os esforços da China para aliviar a crise imobiliária.

Os futuros da matéria-prima em Singapura subiram 0,5% nesta terça-feira (25), para US$ 103,05 a tonelada, depois de afundarem para o nível mais baixo desde o início de abril. A queda no ano é de 26%, um dos piores desempenhos entre as commodities.

A China procurou atenuar a crise do mercado imobiliário com uma série de medidas este ano, incluindo um programa do Banco Popular da China para ajudar estatais a comprarem imóveis que as incorporadoras não conseguiram vender.

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Mas as políticas ainda não tiveram muito impacto, com recuo da atividade do setor imobiliário em maio e no início de junho, e o plano “enfrenta desafios de implementação e atualmente é de pequena escala”, segundo a Bloomberg Economics.

Sinais de ampla oferta de minério de ferro também limitam a recuperação dos preços. Os estoques nos portos chineses estão próximos do nível mais alto em mais de dois anos. As remessas diárias do Brasil aumentaram nos primeiros 15 dias de junho em relação ao mesmo período de maio e do ano anterior.

Por outro lado, a Macquarie disse que seria difícil a cotação do minério se sustentar abaixo de US$ 100 este ano. Embora haja um excedente de oferta, “muito disso já está no preço”, disse Marcus Garvey, chefe de estratégia de commodities da empresa, durante uma mesa redonda com a mídia.

“Não nos parece que teremos mais um grande movimento de queda a partir daqui, a menos que algo novo e negativo aconteça”, disse Garvey.

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