Minério de ferro estende recuo com sinais de oferta alta e pouca demanda

Além da oferta crescente, os preços são pressionados pela crise imobiliária na China, que persiste apesar das medidas de estímulo do governo

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Bloomberg — O minério de ferro estendeu seu recuo nesta segunda-feira (8), diante de sinais de oferta abundante e preocupações com a demanda chinesa.

Os futuros chegaram a ser negociados abaixo de US$ 108 a tonelada em Singapura, depois de terem afundado 2,9% na sexta-feira (5), a maior queda diária desde o início de junho.

Os estoques nos portos chineses aumentaram novamente na semana passada, atingindo o nível mais alto em mais de dois anos, depois de um oitavo mês seguido de alta em junho.

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Os embarques do Brasil – maior exportador mundial da commodity depois da Austrália – alcançaram uma média diária de 1,58 milhão de toneladas nos primeiros 15 dias úteis de junho, segundo dados do governo. O nível foi maior do que o apresentado no mesmo período do ano passado e do que em maio.

A cotação do minério de ferro caiu mais de 20% este ano, um dos piores desempenhos entre as principais commodities. Além da oferta crescente, os preços são pressionados pela crise imobiliária na China, que persiste apesar das medidas de estímulo do governo e colocam em dúvida a demanda por aço para construção no país.

Os investidores esperam para ver se a reunião de 15 a 18 de julho do Partido Comunista Chinês trará medidas adicionais para fortalecer o mercado imobiliário.

O encontro, focado em medidas políticas e econômicas amplas, pode dar às autoridades margem para ampliar o programa de apoio à moradia do governo ou promover reformas fiscais para ajudar os governos locais, que têm um papel importante em projetos de habitação e infraestrutura.

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