Minério de ferro amplia queda com piora da crise imobiliária na China

Commodity cai 25% desde o pico de março; inadimplência da Country Garden impactaria o mercado imobiliário mais do que o colapso da Evergrande

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Bloomberg — A crise da incorporadora chinesa Country Garden destaca a vulnerabilidade das siderúrgicas do país e dos preços do minério de ferro aos problemas do setor imobiliário.

Depois de uma recuperação na sexta-feira (11), os futuros da matéria-prima do aço em Singapura voltaram a testar o piso de US$ 100 a tonelada. A cotação chegou cair 2,8%, para US$ 99,90, na mínima da sessão. A queda desde o pico de meados de março é de cerca de 25%.

Uma possível inadimplência da Country Garden impactaria o mercado imobiliário mais do que o colapso da Evergrande, porque ela tem quatro vezes mais projetos, disse a Bloomberg Intelligence.

O setor imobiliário da China responde por cerca de 40% da demanda por aço do país.

“O sentimento já está bastante abalado”, disse Tomas Gutierrez, analista da Kallanish Commodities. Se a crise imobiliária se agravar, as incorporadoras “simplesmente vão parar de comprar [minério de ferro] por um tempo”, disse ele.

O investimento imobiliário na China provavelmente encolheu pelo 15º mês consecutivo em julho, segundo uma pesquisa antes de dados oficiais que serão divulgados na terça-feira (15), enquanto vendas de imóveis residenciais tiveram a pior queda em um ano no mês passado.

O número de projetos de construção iniciados na China este ano provavelmente cairá de 4% a 6%, disse Henry Hao, economista sênior da CRU International. Mas ele estima que cerca de 1,6 trilhão de yuans (US$ 220 bilhões) de notas para financiar o setor será emitido por governos locais entre agosto e setembro.

Os problemas da Country Garden ilustram questões estruturais no mercado imobiliário da China e colocam em dúvida a capacidade das autoridades de impedir um pouso forçado para o setor, segundo a Bloomberg Intelligence.

A confiança dos compradores de imóveis nas incorporadoras privadas deve diminuir ainda mais, e há o risco de uma “segunda onda de crise de liquidez” no setor.

Uma contração “provavelmente encorajará a indústria siderúrgica a cortar produção para manter o setor enxuto e saudável”, disse Tom Price, analista da Liberum Capital. Ele avalia que os preços do minério de ferro provavelmente serão negociados entre US$ 90 e US$ 100 a tonelada nos próximos meses.

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