Bloomberg — O minério de ferro voltou a ser negociado abaixo de US$ 97 a tonelada por conta do pessimismo com as perspectivas econômicas para a China.
A matéria-prima siderúrgica havia se recuperado nas últimas duas semanas, impulsionada por esperanças de que a crise do aço na China poderia estar perto do fim. Mas dados fracos de atividade industrial e do setor imobiliário do país derrubaram o otimismo.
A prolongada crise imobiliária reduziu a demanda por aço para construção na China e desencadeou uma onda de prejuízos nas usinas. Em uma reunião em Pequim na semana passada, executivos de 18 das maiores siderúrgicas chinesas prometeram mais “autodisciplina” para aliviar o excesso de oferta da liga metálica.
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Os futuros de minério em Singapura caíram até 4,3% nesta segunda-feira (2), para US$ 96,70 a tonelada. Os contratos de produtos de aço também recuaram em Xangai.
A atividade industrial na China registrou contração pelo quarto mês seguido em agosto, enquanto os últimos números de vendas de imóveis mostraram uma piora na crise. Uma das maiores incorporadoras do país, a China Vanke, divulgou seu primeiro prejuízo em mais de duas décadas, e crescem os receios com sua solvência.
É “difícil melhorar fundamentalmente a situação do mercado de ferro e aço” enquanto a oferta for maior do que a demanda, disse a Angang Steel, segunda maior produtora de aço do país, ao divulgar seu oitavo prejuízo trimestral consecutivo.
A cúpula de Pequim na semana passada foi convocada pela Associação do Ferro e Aço da China para abordar as crescentes pressões sobre a indústria que ainda produz cerca de 1 bilhão de toneladas de aço por ano.
O setor está acostumado a operar em condições de crescimento contínuo, e maneiras para lidar com a demanda baixa ainda estão sendo elaboradas pelas empresas, grupos setoriais e pelo governo, disse a associação.
Poucas siderúrgicas chinesas tiveram lucro em 2024, em meio à queda de preços e apelos crescentes para conter o excesso de oferta.
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