Goldman Sachs vê janela para compra de ações baratas nos Estados Unidos

Para diretor da divisão de mercados globais do banco de Wall Street, Scott Rubner, o descompassado entre a oferta e a demanda de ações em agosto está perto do fim

The Goldman Sachs & Co. logo booth on the floor of the New York Stock Exchange. Photographer: Scott Eells
Por Natalia Kniazhevich
12 de Agosto, 2024 | 03:02 PM

Bloomberg — Investidores terão uma breve janela para comprar ações baratas de empresas americanas no fim deste mês, conforme a pressão de venda de fundos sistemáticos diminui e empresas aumentam as recompras de ações, segundo Scott Rubner, do Goldman Sachs (GS).

“Esta será minha última previsão pessimista de agosto para os mercados acionários, pois estamos terminando o pior do descompasso entre oferta e demanda de ações para agosto”, escreveu Rubner, managing director e especialista tático da divisão de mercados globais do banco, em nota a clientes nesta segunda-feira (12).

O especialista planeja montar uma posição taticamente “bullish” em ações a partir de 30 de agosto.

No final de junho, Rubner aconselhou reduzir a exposição em ações de empresas dos EUA após 4 de julho, e disse que a renda variável estaria nas “últimas pernas do melt-up” até 17 de julho. De fato, o índice S&P 500 fechou em uma máxima em 16 de julho e está cerca de 6% abaixo daquele nível.

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Na semana passada, investidores absorveram um grande volume de volatilidade alimentado pelo receio de que o Federal Reserve esteja demorando muito para cortar as taxas de juros. O índice de referência perdeu terreno nas últimas quatro semanas, sua maior sequência de quedas desde 2023.

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Fundos sistemáticos baseados em regras que seguem sinais de mercado e padrões de volatilidade venderam US$ 109 bilhões em futuros de ações globais no último mês, segundo o Goldman.

Rubner ainda espera pressão vendedora nos próximos sete dias, mas diz que “viu evidências suficientes e redução de posicionamento para que as piores condições técnicas do mercado tenham ficado para trás”.

O posicionamento, diz, “estará superlimpo” para iniciar um rali em setembro. Ele pretende “comprar nessa queda” na primeira metade do mês e vai avisar quando o ambiente estiver propício.

Outro motivo para as ações se recuperarem é que “a janela de recompra corporativa de agosto a setembro é historicamente forte”, ficando atrás apenas de novembro-dezembro, escreveu.

“Atualmente, estimamos que 90% do S&P 500 está na janela aberta”, e ela fecha novamente em 6 de setembro, destacou. “As companhias provavelmente aproveitarão essa queda, com US$ 4,75 bilhões de poder de compra diário até o fechamento da janela”.

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Rubner alerta os investidores de que o cenário pode se deteriorar após certo ponto em setembro, pois a segunda metade do mês é o pior período quinzenal do ano para as ações.

Para o resto do ano, Rubner disse que o mercado “realmente não terá uma tendência de alta clara” até o quarto trimestre e após as eleições nos EUA de novembro.

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