Bloomberg — Investidores terão uma breve janela para comprar ações baratas de empresas americanas no fim deste mês, conforme a pressão de venda de fundos sistemáticos diminui e empresas aumentam as recompras de ações, segundo Scott Rubner, do Goldman Sachs (GS).
“Esta será minha última previsão pessimista de agosto para os mercados acionários, pois estamos terminando o pior do descompasso entre oferta e demanda de ações para agosto”, escreveu Rubner, managing director e especialista tático da divisão de mercados globais do banco, em nota a clientes nesta segunda-feira (12).
O especialista planeja montar uma posição taticamente “bullish” em ações a partir de 30 de agosto.
No final de junho, Rubner aconselhou reduzir a exposição em ações de empresas dos EUA após 4 de julho, e disse que a renda variável estaria nas “últimas pernas do melt-up” até 17 de julho. De fato, o índice S&P 500 fechou em uma máxima em 16 de julho e está cerca de 6% abaixo daquele nível.
Na semana passada, investidores absorveram um grande volume de volatilidade alimentado pelo receio de que o Federal Reserve esteja demorando muito para cortar as taxas de juros. O índice de referência perdeu terreno nas últimas quatro semanas, sua maior sequência de quedas desde 2023.
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Fundos sistemáticos baseados em regras que seguem sinais de mercado e padrões de volatilidade venderam US$ 109 bilhões em futuros de ações globais no último mês, segundo o Goldman.
Rubner ainda espera pressão vendedora nos próximos sete dias, mas diz que “viu evidências suficientes e redução de posicionamento para que as piores condições técnicas do mercado tenham ficado para trás”.
O posicionamento, diz, “estará superlimpo” para iniciar um rali em setembro. Ele pretende “comprar nessa queda” na primeira metade do mês e vai avisar quando o ambiente estiver propício.
Outro motivo para as ações se recuperarem é que “a janela de recompra corporativa de agosto a setembro é historicamente forte”, ficando atrás apenas de novembro-dezembro, escreveu.
“Atualmente, estimamos que 90% do S&P 500 está na janela aberta”, e ela fecha novamente em 6 de setembro, destacou. “As companhias provavelmente aproveitarão essa queda, com US$ 4,75 bilhões de poder de compra diário até o fechamento da janela”.
Rubner alerta os investidores de que o cenário pode se deteriorar após certo ponto em setembro, pois a segunda metade do mês é o pior período quinzenal do ano para as ações.
Para o resto do ano, Rubner disse que o mercado “realmente não terá uma tendência de alta clara” até o quarto trimestre e após as eleições nos EUA de novembro.
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