Mercados superestimaram velocidade e profundidade de cortes do Fed, diz El-Erian

Para economista e presidente do Queens’ College, processo de redução de juros nos EUA não terá o ritmo que muitos investidores precificam

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Bloomberg — Os mercados têm precificado de forma excessiva o ritmo e a quantidade de cortes de juros do Federal Reserve, pois ignoram a inflação persistentemente alta, de acordo com o economista Mohamed El-Erian.

“Acredito que chegaremos à inflexão, mas em relação ao que o mercado espera, não será tão rápido ou profundo”, disse El-Erian, presidente do Queens’ College, Cambridge, e colunista de opinião da Bloomberg.

“Não ficaria surpreso se começarmos [os cortes de juros] mais tarde, provavelmente no início do verão [no Hemisfério Norte, em julho], e se terminarmos o ano com cortes mais próximos do que o Fed tem sinalizado, que é 75 pontos-base, em vez do que o mercado tem precificado”, disse El-Erian.

Atualmente, os traders precificam cerca de 140 pontos-base (1,40 ponto porcentual) em cortes de juros neste ano, em comparação ao pico recente de cerca de 175 pontos-base, depois que um dos governadores do Fed, Christopher Waller, declarou nesta semana se opor a cortes agressivos na taxa de juros; e depois da divulgação de que os dados de vendas no varejo dos EUA superaram as previsões.

Os mercados subestimam a inflação no setor de serviços, que ainda está mais alta do que a de bens e precisará diminuir muito mais rápido, disse El-Erian em uma conferência da UBS Global Wealth Management em Hong Kong.

Uma mudança nos mandatos de preços do Fed pode prejudicar sua credibilidade, disse o economista. “Se você é um banco central que cometeu vários erros de política [monetária] nos últimos anos, a última coisa que você quer fazer é dar a impressão de que vai mudar sua meta, então não espere nenhuma mudança na meta de inflação”, disse ele.

O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos pode terminar o ano próximo de 4,5% em vez de 3,5%, disse El-Erian em resposta a uma pergunta na conferência, enquanto o crescimento do PIB dos EUA pode alcançar cerca de 1% a 2% à medida que a economia volta ao normal após o estímulo do ano anterior em razão da pandemia.

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