Mercados operam estáveis antes da divulgação do payroll de setembro; petróleo sobe

Dados do payroll que apontem para uma criação de vagas acima do esperado pelo mercado pode levar a uma reprecificação das apostas sobre cortes de juros pelo Fed

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Bloomberg Línea — As ações europeias e os futuros de ações dos EUA oscilaram perto da estabilidade nesta manhã de sexta-feira (4) antes da divulgação de dados importantes sobre o emprego americano em setembro, que podem esclarecer os próximos passos para as taxas de juros.

Os preços do petróleo estenderam seu rali à medida que os traders acompanham a escalada das hostilidades no Oriente Médio.

As ações em alta do setor de energia ajudaram o índice Stoxx 600 da Europa a subir perto de 0,20%. Os contratos do S&P 500 operavam estáveis.

Os títulos do Tesouro permaneceram firmes após uma onda de liquidação na quinta-feira (3), enquanto um índice de força do dólar estava a caminho do maior ganho semanal em quase seis meses, em meio a apostas reduzidas em cortes agressivos de taxas de juros nos EUA.

Enquanto observam com atenção a incerteza geopolítica que envolve a ofensiva militar de Israel diante de seus vizinhos, os investidores também avaliam sinais sobre a saúde da economia dos EUA, com o relatório mensal de empregos - o payroll - previsto para às 9h30 de Brasília.

A taxa de desemprego deve se manter estável em 4,2% em setembro, enquanto as folhas de pagamento devem aumentar em 150.000 vagas, segundo o consenso das estimativas.

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“Qualquer número que aponte para uma estabilização ou uma reaceleração do crescimento forçará os mercados a reconsiderarem o atual preço agressivo de cortes de taxas de juros”, disse Robert Tipp, estrategista-chefe de investimentos da PGIM Fixed Income.

De acordo com Michael Hartnett, estrategista do Bank of America, os ativos de risco provavelmente irão se recuperar se o relatório estiver dentro das expectativas do mercado.

A adição de algo entre 125.000 e 175.000 empregos no mês passado apoiaria a tese de um pouso suave - soft landing - da economia americana e manteria os rendimentos dos títulos dentro de uma faixa, provocando uma negociação de risco, escreveu Hartnett em um relatório.

Por outro lado, um relatório de empregos “arrasador”, que mostre mais de 225.000 novas vagas e uma taxa de desemprego inferior a 4,1%, faria o rendimento do Tesouro de 30 anos ultrapassar 4,5%, disse o estrategista.

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- Rali na China. Com ganhos de 36% desde o ponto mais baixo em setembro, as ações na China podem ter atingido um ponto máximo de valorização após as medidas de estímulo, avaliam gestores como Rajiv Jain, à frente de US$ 23 bilhões em ativos em fundo para emergentes da GQG Partners.

- Tarifas de até 45% da UE. A União Europeia aprovou a adoção de tarifas de importação de até 45% sobre carros elétricos chineses, disseram fontes à Bloomberg News: a medida obteve o apoio de dez países, votos contrários de cinco, enquanto doze se abstiveram na votação.

- Berkshire no Japão. A holding de Warren Buffett tem sondado o apetite de investidores sobre uma nova emissão de títulos denominados em iene, o que pode anteceder, por sua vez, um novo movimento de compra de ações de empresas e grupos empresariais do país.

(Com informações de Bloomberg News)

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🔘 As bolsas ontem (03/10): Dow Jones Industrials (-0,44%), S&P 500 (-0,17%), Nasdaq Composite (-0,06%), Stoxx 600 (-0,93%), Ibovespa (-1,38%)