Mercados asiáticos sinalizam abertura em queda e investidores atentos a Israel

Semana terá decisão do Fed e do Copom na quarta-feira e resultado da Apple no dia seguinte; nova fase da guerra entre Israel e Hamas é outro fator de atenção no mercado

Prédio do conselho legislativo de Hong Kong: abertura do mercado em queda nesta segunda (30) (Foto: Paul Yeung/Bloomberg)
Por Matthew Burgess - Ye Xie
29 de Outubro, 2023 | 08:27 PM

Bloomberg — Ações asiáticas parecem estar encaminhadas para uma abertura cautelosa nesta manhã de segunda-feira (30) no Oriente, à medida que os investidores se preparam para uma semana agitada repleta de importantes decisões dos bancos centrais, em particular a do Federal Reserve na quarta (1º de novembro). O petróleo caiu à medida que a invasão terrestre de Israel em Gaza começou mais devagar do que o previsto.

Os futuros de ações na Austrália, no Japão e em Hong Kong mostram quedas, após as ações dos EUA terem caído na sexta-feira (27). O S&P 500 entrou em correção, caindo mais de 10% desde o pico em julho, à medida que o apetite a risco é afetado por preocupações sobre um Fed persistentemente hawkish, tensões geopolíticas e uma temporada de resultados corporativos aquém das expectativas.

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O petróleo caiu até 2,1% na segunda-feira, reduzindo os ganhos da sexta-feira.

O franco suíço, o euro e o iene japonês pouco se alteraram em relação ao dólar, enquanto os mercados digeriam o que Israel chama de segunda e mais longa fase de sua guerra contra o Hamas, grupo classificado como terrorista pelos Estados Unidos e a União Europeia.

Os investidores estarão atentos à abertura do mercado de títulos em Tóquio para avaliar se os fluxos de capital reduzem os rendimentos, diluindo a demanda pelo dólar, após um índice da moeda americana ter encerrado 0,1% mais baixo na sexta-feira.

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Os mercados do Oriente Médio que abriram no domingo não mostraram sinais de pânico um dia após Israel enviar tropas e tanques para o norte da Faixa de Gaza. O índice de ações TA-35 de Israel subiu 1,3%, reduzindo a perda para 11% desde o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro.

Historicamente, grandes oscilações de preços tendem a ser de curta duração à medida que os riscos geopolíticos mudam.

Mas a possibilidade de o conflito acabar atraindo nações como o Irã e até mesmo os EUA pode fazer com que os preços do petróleo disparem e diminua o apetite por risco dos investidores.

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O mercado de ações global já perdeu US$ 12 trilhões em valor desde o final de julho, à medida que aumenta a preocupação de que as políticas de juros “mais altos por mais tempo” dos bancos centrais possam levar a economia global em direção a uma recessão.

“Os mercados enfrentam um cenário muito desafiador neste momento”, disse Paul de La Baume, consultor de investimentos da BNP Paribas. “Eventos geopolíticos estão adicionando mais volatilidade e reduzindo a visibilidade.”

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