Bloomberg News — Os mercados asiáticos devem ter um início de semana cauteloso, à medida que os investidores aguardam sinais de possíveis novos estímulos da China e avanços nas negociações comerciais dos Estados Unidos com a região.
O dólar permanece estável em relação às principais moedas, e os futuros das ações dos EUA tiveram queda leve nas negociações iniciais desta segunda-feira (28) na Ásia.
Contratos no Japão indicavam ganhos quando os mercados à vista reabrirem, após a desvalorização do iene na sexta-feira (25), enquanto os futuros na Austrália e em Hong Kong tiveram poucas variações.
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O ministro das Finanças da China, Lan Fo’an, afirmou no fim de semana que o país adotará políticas mais proativas e eficazes para atingir sua meta de crescimento e “trazer estabilidade e impulso para a economia global.”
Autoridades, incluindo o Banco Popular da China, devem realizar uma entrevista coletiva de imprensa ainda nesta segunda-feira.
“A verdadeira questão é o que será anunciado – serão novas medidas de estímulo ou apenas a antecipação de estímulos já anunciados?”, disse Tony Sycamore, analista de mercado da IG em Sydney.
“Até que mais detalhes sejam revelados hoje, o mercado tratará essas notícias com cautela, depois de ter se frustrado várias vezes nos últimos seis meses ao seguir manchetes sobre estímulos na China.”
Os operadores também estarão atentos a qualquer sinal de progresso nas negociações comerciais dos EUA, depois que o presidente Donald Trump sugeriu que outro adiamento das chamadas tarifas “recíprocas” seria improvável.
Os EUA e a Coreia do Sul podem ver avanços nesta semana, enquanto outros países asiáticos devem buscar acordos provisórios para evitar a retomada das tarifas mais punitivas dos EUA antes que o período de carência de 90 dias termine no início de julho.
As ações americanas registraram na sexta-feira sua maior sequência de ganhos em três meses, enquanto os títulos e o dólar subiram diante da crescente expectativa de que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) possa flexibilizar a política monetária novamente no primeiro semestre deste ano, devido à desaceleração da economia dos EUA.
Preocupações com o impacto econômico das tarifas levaram a confiança do consumidor americano a um dos níveis mais baixos já registrados, enquanto as expectativas de inflação de longo prazo subiram para o nível mais alto desde 1991.
Os investidores também estarão atentos aos dados de atividade manufatureira da China, ao relatório de empregos dos EUA, ao Produto Interno Bruto americano e ao principal indicador de inflação monitorado pelo Fed nos próximos dias.
“Os dados desta semana, tanto dos EUA quanto da China, devem mostrar os primeiros sinais de impacto nas duas maiores economias do mundo”, disse Win Thin, chefe global de estratégia de mercados do Brown Brothers Harriman.
“Com a pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas prestes a terminar no início de julho, mesmo esse mês parece cedo demais para um corte [de juros], dada a contínua incerteza em relação ao impacto tarifário.”
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