Bloomberg — As ações japonesas devem retomar a queda quando o mercado abrir nesta segunda-feira (7), o que deixará pouco espaço para os investidores respirarem em meio ao agravamento dos temores sobre a guerra comercial global.
Os contratos futuros do índice Nikkei 225 estavam em 31.340,00 pontos na Bolsa de Mercadorias de Chicago às 7h01 no horário de Tóquio — cerca de 7% abaixo do fechamento do índice à vista na sexta-feira (4).
O iene subiu mais de 1% na manhã de segunda-feira, sendo negociado a 145,41 por dólar.
Na Nova Zelândia, o índice que é benchmark também recuava na abertura.
Os futuros de ações dos EUA também voltaram a “despencar”, ampliando a queda que eliminou mais de US$ 5 trilhões do S&P 500 em dois dias, enquanto o governo de Donald Trump endurece sua posição em uma guerra comercial que, segundo economistas, pode levar a maior economia do mundo à recessão.
Os contratos futuros do S&P 500 caíam 4,6% às 18h02 deste domingo (6) em Nova York, após o índice à vista ter recuado 10% em dois dias na quinta (3) e na sexta.
Nos mercados asiáticos, os futuros tanto do S&P 500 como do Nasdaq 100 caíam mais de 5% no começo das negociações.
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A queda nessa magnitude nos futuros do S&P 500, se repetida na sessão à vista, colocaria o índice à vista a caminho de um bear market - em que já mergulhou o Nasdaq 100 com as perdas na sexta.
Os futuros do Russell 2000, que incluem empresas médias, perdiam quase 6%.
Em outros mercados, os títulos do Tesouro voltaram a subir depois que o rendimento de dois anos caiu ao nível mais baixo desde 2022. O petróleo despencou para o menor valor em quatro anos na sexta, enquanto o ouro disparou. Moedas de refúgio como o iene e o franco suíço se valorizaram frente ao dólar.
Investidores que esperavam algum alívio das medidas punitivas — que ameaçam provocar inflação e iniciar uma recessão — não encontraram consolo por parte do governo.
Altos assessores econômicos de Trump ignoraram os temores dos investidores sobre inflação ou contração econômica, não lamentaram a turbulência nos mercados e insistiram, de forma desafiadora, que um boom na atividade está por vir no futuro.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou na sexta que o banco central está em alerta máximo para um possível surto inflacionário, reduzindo as chances de cortes nos juros em breve.
“O Fed não está pronto para intervir, e se o presidente acha que a economia vai bem, ele não tem motivo para agir,” disse Neil Dutta, chefe de economia da Renaissance Macro Research. “Os investidores precisam entender que o preço combinado de exercício da proteção de política continua caindo.”
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