Bloomberg — Os investidores em ativos asiáticos enfrentaram uma série de forças concorrentes à medida que as negociações começaram na região nesta manhã de segunda-feira (10), desde o risco de taxas de juros mais altas e recessão a um potencial ponto de virada para empresas de tecnologia chinesas e um diálogo construtivo entre Pequim e Washington.
A negociação nas principais moedas indicou um quadro misto, com o iene se estabilizando em relação ao dólar após o maior fortalecimento desde março na sexta-feira (7). O euro mudou pouco e o dólar ficou dentro de faixas estreitas contra a maioria de seus outros pares.
Os futuros de ações da Austrália e de Hong Kong subiram mais cedo, enquanto os do Japão caíram ligeiramente.
A sessão de sexta-feira em Wall Street viu as ações dos EUA fecharem em baixa, os rendimentos do Tesouro de dois anos caíram, enquanto os rendimentos dos Treasuries de 10 anos subiram e um indicador da força do dólar teve a maior queda em mais de três meses.
Uma série de relatórios de empregos na semana passada freou as especulações de que o Federal Reserve deixaria as taxas de juros inalteradas no final deste mês. A perspectiva além disso não era clara. Os dados de emprego do governo ficaram aquém das estimativas, mas trouxeram sinais de que a inflação salarial continua sendo uma ameaça para a luta do Fed contra os ganhos de preços.
O S&P 500 caiu 1,2% durante a semana passada de férias, enquanto o Nasdaq 100 caiu 0,9%. Os futuros desses índices flutuaram após a abertura do comércio asiático nesta segunda.
Os traders estarão acompanhando de perto a divulgação do índice de preços ao consumidor dos EUA em junho, o CPI, que sai nesta semana na quarta-feira (12). Os economistas da Bloomberg esperam que o número principal caia 3,1%, embora não vejam isso como um impeditivo para uma alta de juro pelo Fed em 26 de julho.
Resultados financeiros de grandes bancos, incluindo Citigroup e JPMorgan Chase, serão também divulgados nesta semana, dando início à temporada de números do segundo trimestre. Os balanços saem na sexta-feira (14).
A secretária do Tesouro, Janet Yellen, alertou no fim de semana que não descartaria ainda a ameaça de uma recessão nos EUA, observando que era “apropriado e normal” que o crescimento fosse moderado e que a inflação permanecesse muito alta.
No entanto ela também ofereceu um vislumbre de positividade nas relações tensas entre os EUA e a China após uma visita oficial a Pequim. “Espero que esta viagem ajude a construir um canal de comunicação resiliente e produtivo com a nova equipe econômica da China”, disse ela.
As notícias para as empresas de tecnologia chinesas foram construtivas, com a imposição de grandes multas ao Ant Group, afiliada do Alibaba Group e à Tencent Holdings, acompanhada da sinalização de que uma investigação de quase três anos chegou ao fim.
Um índice de empresas chinesas listadas nos EUA subiu mais de 3% na sexta, com o Alibaba avançando 8%. A Ant também está propondo recomprar até 7,6% das ações, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto.
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