Mercado financeiro de Abu Dhabi atrai Morgan Stanley e Rothschild

Bancos estão entre as grandes instituições financeiras de Wall Street que têm informado a abertura de escritórios ou a expansão das operações na capital dos Emirados Árabes Unidos

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Bloomberg — O Rothschild e o Morgan Stanley estão entre os bancos de investimento globais que decidiram abrir escritórios em Abu Dhabi, à medida que a capital dos Emirados Árabes Unidos, com seus fundos generosos, continua a atrair mais capital internacional e empresas financeiras.

O banco de investimentos boutique com sede em Paris obteve uma licença para operar no Abu Dhabi Global Market (ADGM), o principal centro financeiro do emirado, de acordo com um comunicado divulgado na quinta-feira (30).

O JPMorgan, por sua vez, informou nesta semana que expandiu suas operações na cidade, oferecendo captação de depósitos e processamento de pagamentos para seus clientes de atacado a partir da capital, além de buscar uma licença bancária completa na ADGM.

Os planos sinalizam a “intenção e compromisso do banco de Wall Street com o tamanho da oportunidade aqui”, disse o CEO Jamie Dimon em comunicado.

A expansão do JPMorgan ocorre cerca de um mês após o CEO do Morgan Stanley, James Gorman, informar analistas que o banco planejava abrir um escritório avançado em Abu Dhabi. No início deste ano, o Goldman Sachs disse que irá abrir um escritório na capital, inicialmente focado em gestão de ativos.

Bancos de investimentos globais avançam em Abu Dhabi ao mesmo tempo em que fundos de investimento, empresas de private equity, empresas de criptomoedas e gestoras de ativos estão sendo atraídas pela cidade, que abriga fundos soberanos que supervisionam mais de US$ 2 trilhões em ativos.

Ray Dalio abriu uma filial de seu family office na capital dos Emirados Árabes Unidos, enquanto a Brevan Howard Asset Management, um dos maiores fundos hedge (multimercado) do mundo, também abriu um posto avançado na ADGM.

Expansão

A chegada de nomes tão conhecidos em Abu Dhabi fez com que o setor financeiro da cidade crescesse quase 30% anualmente no segundo trimestre, enquanto a recente expansão de dez vezes da ADGM a tornou uma das maiores regiões financeiras do mundo.

Abu Dhabi enfrenta concorrência de Riad e Dubai, seus vizinhos, que também estão expandindo seus centros financeiros como parte dos esforços para diversificar suas economias dependentes do petróleo.

Em Dubai, gigantes dos fundos hedge como o Millennium Management de Izzy Englander e o ExodusPoint de Michael Gelband também abriram escritórios.

Na terça-feira, Alan Howard, o bilionário cofundador da Brevan Howard, afirmou que Abu Dhabi poderia se tornar um centro financeiro global e destacou a região como o local com o melhor fuso horário para operadores macro.

Em uma rara aparição pública, Howard mencionou a regulamentação robusta, o estado de direito e a tributação favorável da cidade como atrativos para as empresas financeiras se mudarem para a capital dos Emirados Árabes Unidos.

Rajiv Jain, investidor veterano e fundador do GQG Partners, planeja iniciar operações no centro financeiro de Abu Dhabi no início do ano que vem, afirmou Mark Barker, chefe da divisão internacional da gestora de ativos, à Bloomberg no início desta semana.

Segundo ele, a empresa, que tem mais de US$ 100 bilhões em ativos sob gestão, planeja ter cerca de 10 a 20 pessoas, incluindo uma equipe de investimentos, na cidade até o final de 2024.

Além disso, a Centricus, sediada em Londres e responsável por supervisionar US$ 40 bilhões em ativos, recebeu aprovação para abrir um escritório no local, e a TCI Fund Management disse que abriria um escritório na ADGM para ampliar sua base de investidores regionais e apoiar seus esforços de ação climática.

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