Legacy vê Selic a 12% ao ano em dezembro e efeito positivo no câmbio

Gestora com cerca de R$ 19 bi em ativos sob gestão projeta IPCA de 4,5% para 2024 e 2025, e enxerga viés de alta em sua estimativa de expansão do PIB de 2,5% este ano

Prédios na Av. Faria Lima, em São Paulo
Por Vinícius Andrade
19 de Agosto, 2024 | 07:52 AM

Bloomberg — A Legacy Capital, que tem cerca de R$ 19 bilhões sob gestão, revisou sua projeção e agora espera que a taxa Selic chegue a 12% no fim do ano em meio a um pano de fundo de atividade econômica muito forte e expectativas de inflação desancoradas no Brasil.

A gestora espera três altas de 0,50 ponto percentual na taxa básica até o fim do ano, segundo Pedro Jobim, sócio e economista-chefe da Legacy. Anteriormente, a projeção era de estabilidade.

“Com a perspectiva de crescimento contínuo dos gastos do governo, principalmente do lado de benefícios, e com a atividade econômica do jeito que está, é preciso trabalhar com o juro mais alto,” disse Jobim.

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A Legacy projeta inflação de 4,5% para 2024 e 2025, e enxerga viés de alta em sua estimativa de crescimento do PIB de 2,5% este ano.

“Com os números mais recentes, o viés dessa projeção é de alta”, diz ele. “O mercado de trabalho permanece muito aquecido, os bancos estão estendendo crédito com vontade, tanto para empresas quanto para pessoa física.”

Para Jobim, a redução da incerteza sobre como será a condução da política monetária após a saída de Roberto Campos Neto no fim do ano teve um efeito positivo sobre os ativos. E a perspectiva de juros mais altos pode ser benéfica para o câmbio no curto prazo, segundo ele.

“O BC está fazendo do jeito correto, passando a percepção de continuidade. Todos os diretores estão falando a mesma língua”, completa.

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