Klarna entrará com pedido de IPO em NY e pode destravar mercado para startups

Fintech sueca que opera com o modelo de Buy Now, Pay Later fará o ‘filling’ nesta semana com meta de avaliação de mais de US$ 15 bilhões na NYSE, disseram fontes à Bloomberg News

Klarna
Por Katie Roof - Bailey Lipschultz
09 de Março, 2025 | 01:59 PM

Bloomberg — A fintech sueca Klarna vai tentar levantar pelo menos US$ 1 bilhão em uma oferta pública inicial (IPO) nos Estados Unidos e deve entrar com um pedido de registro público - o filling - já nesta semana que começa, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto que falaram com a Bloomberg News.

A empresa de pagamentos pretende fixar o preço do IPO no início de abril, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas, pois a informação não é pública.

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A Klarna tem como meta uma avaliação de mercado de mais de US$ 15 bilhões na listagem na NYSE, a Bolsa de Valores de Nova York, disseram as pessoas.

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As deliberações estão em andamento e os detalhes do plano de listagem, incluindo o cronograma, ainda podem mudar, disseram as pessoas. Um representante da empresa não quis comentar.

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A Klarna é mais conhecida por sua oferta de empréstimos Buy Now, Pay Later (BNPL), que normalmente permite que os usuários façam uma compra e dividam seus pagamentos em parcelas iguais e sem juros. A empresa chegou a 85 milhões de clientes no mundo e 600 mil parceiros varejistas.

A Klarna entrou com um pedido confidencial de IPO junto à Securities and Exchange Commission dos EUA, de acordo com uma declaração em novembro passado.

A empresa trabalhando no plano de listagem com cerca de 15 bancos, liderados por Goldman Sachs, JPMorgan Chase e Morgan Stanley, informou a Bloomberg News.

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A listagem da Klarna, apoiada pela Sequoia Capital, deve respresentar um impulso aos IPOs de novas empresas de tecnologia, que estão em uma queda relativa após estabelecer recordes de volume em 2021.

Outras empresas que atuam como fintech, incluindo a Chime Financial e a Zilch Technology, têm considerado potenciais vendas de ações pela primeira vez neste ano.

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As estimativas para o valuation da Klarna flutuaram enormemente nos últimos anos.

O valuation atingiu um máximo de US$ 45,6 bilhões em uma rodada de financiamento em 2021, apenas para cair para US$ 6,7 bilhões em uma rodada no ano seguinte, em momento de queda abrupta da liquidez de capital para startups no mundo.

No ano passado, analistas atribuíram a ela uma avaliação implícita de cerca de US$ 14,6 bilhões com base na estimativa do acionista Chrysalis Investments do valor de sua participação.

O CEO, Sebastian Siemiatkowski, disse no mês passado que a empresa, conhecida por suas ofertas de Buy Now, Pay Later, explora uma expansão para o mercado de criptomoedas.

Ele postou “Eu desisto” na plataforma de mídia social X em 8 de fevereiro, dizendo que a Klarna “abraçará a criptografia”.

A Klarna foi fundada há 20 anos em Estocolmo, na Suécia, mas em 2023 começou a criar uma nova holding no Reino Unido como parte de seu trabalho preparatório para uma eventual oferta pública.

Desde então, a empresa reorientou seu foco antes do IPO planejado: eliminou negócios, concentrou-se em parceiros de pagamento e investiu em inteligência artificial.

Nos últimos meses, a Klarna concordou em alienar seu negócio de pagamentos Checkout por cerca de US$ 520 milhões e também adquiriu a Laybuy, uma fornecedora de serviços de BNPL na Nova Zelândia.

-- Com a colaboração de Pablo Mayo Cerqueiro e Swetha Gopinath.

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