Kashkari, do Fed, questiona se juros estão altos o suficiente para reduzir a inflação

Presidente da regional do Federal Reserve em Minneapolis, Neel Kashkari, afirma em artigo que dados recentes colocam em dúvida política monetária dos EUA

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Bloomberg — O presidente da regional do Federal Reserve (Fed) em Minneapolis, Neel Kashkari, disse que os dados recentes de inflação nos Estados Unidos colocam em dúvida se a política monetária está suficientemente restritiva para trazer a alta de preços de volta à meta de 2%.

Kashkari destacou a inflação imobiliária persistente como um possível indício de que a taxa de juros neutra, aquela que não restringe nem estimula a economia, pode ser mais elevada no curto prazo.

Isso pode significar que o Fed tem mais trabalho a fazer para esfriar a inflação, escreveu Kashkari em um artigo publicado no site da autoridade monetária nesta terça-feira (7).

“É claro que os meus colegas e eu estamos muito satisfeitos com o fato de o mercado de trabalho ter se mostrado resiliente, mas, com a inflação andando de lado no trimestre mais recente, surgem questões sobre o quão restritiva a política monetária realmente está”, escreveu Kashkari.

“Dado que a habitação é um canal fundamental por meio do qual a política monetária afeta a economia, sua resiliência levanta questões sobre se as autoridades e o mercado estão interpretando mal a neutralidade, pelo menos no curto prazo”, disse ele.

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Kashkari disse que elevou sua previsão de taxa neutra de longo prazo de 2% para 2,5%. Alguns de seus colegas do comitê de política monetária do Fed, o FOMC, também aumentaram suas estimativas, com a previsão mediana da taxa básica de longo prazo subindo de 2,5% para 2,6% nas últimas projeções trimestrais divulgadas em março.

O chefe do Fed de Minneapolis, que não vota nas decisões de juros este ano, enfatizou que o banco central deve definir a política com base em onde está a taxa neutra no curto prazo.

“A incerteza sobre onde se encontra a neutralidade hoje cria um desafio”, acrescentou.

No mercado imobiliário, a escassez de oferta mantém os preços elevados mesmo com taxas de financiamento perto dos níveis mais altos em mais de 20 anos.

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