Bloomberg — O Julius Baer rebaixou a recomendação para ações brasileiras de overweight - equivalente a compra - para neutra devido à “erosão da credibilidade fiscal” após o anúncio de corte de gastos do governo que ficou aquém das expectativas.
O plano “não consegue convencer os mercados de uma consolidação fiscal significativa”, dada a inclusão inesperada de isenções de Imposto de Renda, escreveu Nenad Dinic, estrategista de ações do banco suíço.
“As incertezas em torno do progresso fiscal, as taxas de juros mais altas por mais tempo em 2025 e a falta de catalisadores positivos dificultam manter uma perspectiva positiva sobre as ações brasileiras”, acrescentou.
O banco suíço é a terceira instituição a reduzir a recomendação de ações do Brasil na última semana, depois de decisões semelhantes do Morgan Stanley e do JPMorgan.
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O estrategista espera revisões para baixo nas estimativas de lucros das empresas devido às taxas de juros mais altas.
Ele observa ainda que um dólar mais fraco ou anúncios de estímulos chineses podem dar algum suporte aos ativos brasileiros, embora não espere que esses fatores compensem totalmente a tendência de enfraquecimento doméstico.
Segundo Dinic, as altas taxas de juros reais em renda fixa podem oferecer uma oportunidade mais atrativa do que ações.
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-- Com informações da Bloomberg Línea sobre os demais rebaixamentos de outros bancos.
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