Bloomberg — A alta do mercado de ações dos Estados Unidos, com os índices negociados perto de níveis recorde, pode estagnar mesmo que o Federal Reserve inicie um ciclo de cortes de juros, segundo estrategistas do JPMorgan (JPM).
A equipe do banco liderada por Mislav Matejka – que tem sido uma das vozes mais pessimistas no mercado de ações dos EUA este ano – disse que qualquer flexibilização monetária seria uma resposta à desaceleração do crescimento, ou seja, uma redução de juros “reativa”.
A tendência sazonal é outro obstáculo: historicamente, setembro é o pior mês para a renda variável no país.
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“Ainda não estamos fora de perigo”, escreveu Matejka, reiterando sua preferência por setores defensivos.
“Os indicadores de sentimento e posicionamento parecem longe de estarem atraentes, a incerteza política e geopolítica está elevada, e os fatores sazonais estão mais desafiadores em setembro.”
Após queda nos primeiros dias de agosto, o índice S&P 500 se recuperou e encerrou o mês perto de um nível recorde, em meio a apostas de que o Fed começará a cortar juros na próxima reunião de política monetária, em 17 e 18 de setembro.
O índice MSCI All-Country World atingiu um recorde na sexta-feira (30). O mercado americano está fechado nesta segunda-feira (2) por conta de um feriado.
Nos últimos cinco anos, o S&P caiu 4,2% em média em setembro, segundo dados compilados pela Bloomberg. O mercado aguarda uma série de dados econômicos como o relatório de empregos (payroll) desta semana para ter mais pistas sobre a saúde da economia americana.
Outros estrategistas de Wall Street, incluindo Michael Hartnett, do Bank of America (BAC), alertaram recentemente que o primeiro corte de juros do Fed seria um catalisador para vender ações, em vez de estender a alta.
-- Com a colaboração de Kit Rees.
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