JPMorgan mantém recomendação de bolsa no Brasil mesmo sem corte de juro adicional

Em entrevista à Bloomberg News, Emy Shayo, chefe de estratégia para ações da banco americano no Brasil, diz que juros futuros subiram tanto que já refletem ‘riscos demais’

JPMorgan
Por Josue Leonel
13 de Junho, 2024 | 02:55 PM

Bloomberg — A bolsa brasileira continua com perspectiva positiva mesmo com o fim da aposta no mercado de cortes adicionais da taxa de juros pelo Banco Central, segundo o JPMorgan.

“Mantemos a recomendação de compra para a bolsa no Brasil”, disse Emy Shayo, chefe de estratégia para ações da banco americano no Brasil, em entrevista à Bloomberg News.

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O Ibovespa já caiu mais de 10% neste ano - até o fechamento de quarta-feira (12) - e tem um dos piores desempenhos entre as bolsas globais em um momento de forte pressão no mercado de juros, que eliminou as apostas em cortes adicionais da Selic e passou a apontar chances de alta da taxa até o final do ano.

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A taxa Selic está em 10,75% ao ano e a próxima reunião do Copom será na próxima semana.

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O movimento nos juros futuros, atribuído ao riscos fiscais crescentes depois que o governo alterou a meta de resultado primário para 2025, pode ser excessivo, segundo Shayo. “A mudança da meta fiscal foi um fator negativo, mas os juros futuros já estão refletindo riscos demais”, disse ela.

Apesar do aumento das incertezas, o Brasil está longe de repetir a situação experimentada com a recessão sofrida pelo país em 2015 e 2016, mesmo com a piora na relação entre a dívida e o PIB, segundo a estrategista. “O crescimento econômico e o cenário externo estão melhores e não tem inflação galopante”, afirmou.

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Entre os fatores com potencial de provocar uma recuperação do mercado neste ano estão as propostas que estariam em discussão em áreas do governo de reduzir o crescimento de despesas.

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Os investidores ainda devem monitorar a escolha do nome do substituto de Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central e o cenário de juros nos Estados Unidos.

“Se a agenda de controle de gastos começar a andar e o mercado começar a ver com confiança a sucessão no BC, melhora o sentimento”, disse Shayo. “Além disso, se o Fed cortar o juro, muda a história.”

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