JPMorgan e Citi: safra de resultados deve apontar retomada do mercado de capitais

Bancos de Wall Street, junto com o Wells Fargo, abrem nesta sexta (12) a temporada de balanços do segundo trimestre; ações das três instituições sobem mais de 22% no ano

Logo do JPMorgan na NYSE
Por Bre Bradham - Cecile Vannucci
08 de Julho, 2024 | 11:53 AM

Bloomberg — O JPMorgan (JPM), o Wells Fargo e o Citigroup (C) dão início à temporada de balanços corporativos dos bancos norte-americanos na sexta-feira (12), e os investidores estão bastante tranquilos quanto a isso.

O trio de ações subiu mais de 22% este ano, mas o mercado de opções está demonstrando pouca preocupação com a possibilidade de um fim dos ganhos no curto prazo.

Uma medida dos custos de hedge para as ações do JPMorgan e do Wells Fargo está oscilando perto de seu nível mais baixo desde 2021, enquanto a proteção para o Citigroup está abaixo de sua média de um ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Custo de proteção contra a queda das ações dos maiores bancos dos EUA recuou

Os maiores bancos dos EUA passaram pelo teste de estresse anual do Federal Reserve, e muitos aumentaram seus pagamentos aos acionistas enquanto o setor aguarda uma versão diluída de uma proposta de regras de capital mais rígidas.

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No final de junho, os resultados do Jefferies Financial Group mostraram que o setor de bancos de investimento está ganhando impulso, aumentando o otimismo em relação à recuperação depois que as taxas de juros elevadas reduziram o ritmo das negociações.

Para a analista do Morgan Stanley, Betsy Graseck, o Citigroup, o JPMorgan e o Wells Fargo são os nomes preferidos entre os grandes bancos.

Ela vê o JPMorgan acelerando as recompras de ações nos próximos trimestres e um potencial de alta nas perspectivas do Wells Fargo para a receita líquida de juros, enquanto as declarações do Citigroup sobre recompras e receitas provavelmente estarão sob os holofotes na sexta.

“Espera-se que tanto os lucros quanto os guidances confirmem ainda mais que estamos nos estágios iniciais de uma recuperação dos mercados de capitais globais, após várias décadas de queda em relação ao PIB nominal”, escreveu Graseck em uma nota.

No que diz respeito à volatilidade após os resultados, as opções estão precificando os movimentos das ações mais ou menos em linha com o que foi visto após balanços anteriores.

No momento, o mercado está esperando as maiores oscilações do Wells Fargo e do Morgan Stanley – ganhos ou quedas de 3,4%, que correspondem ao movimento médio após os últimos oito resultados.

As expectativas de oscilações moderadas nas ações de bancos ocorrem em um momento em que o mercado em geral tem estado calmo, com o Índice de Volatilidade Cboe registrando sua menor média desde 2017 no primeiro semestre.

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Além disso, o mês de julho é conhecido por ser particularmente calmo para as ações: nos últimos 15 anos, o VIX teve sua menor leitura média diária durante esse mês.

Após o último vencimento, o número de opções em aberto sobre o JPMorgan, Citigroup e Wells Fargo caiu, outra indicação de que o posicionamento permanece leve antes dos resultados.

O interesse em aberto nas opções do JPMorgan está próximo do menor nível em cinco anos, enquanto o do Citigroup atingiu o menor valor desde o início de 2022 e o do Wells Fargo está próximo de seu menor valor desde janeiro.

“A configuração parece muito boa para os bancos nos próximos 18 meses”, escreveu Gerard Cassidy, analista da RBC Capital Markets, em uma nota. Espera-se que o Federal Reserve corte as taxas de juros e que os custos de financiamento dos bancos comecem a cair, enquanto a expansão econômica dos EUA ajudará a impulsionar o crescimento dos empréstimos.

O RBC também vê os bancos devolvendo o capital excedente por meio de recompras e dividendos. “Continuamos a recomendar que os investidores façam um overweight [posição acima da média do mercado, equivalente a compra] de ações bancárias em seus portfólios.”

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