JPMorgan e Citi descartam corte de juros em julho nos EUA após dados de emprego

Economistas dos bancos estavam entre os últimos que ainda previam uma redução na reunião do Fed no mês que vem; Citi agora prevê corte em setembro, e JPMorgan, em novembro

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Bloomberg — Os economistas do Citigroup (C) e do JPMorgan Chase (JPM), entre os últimos que ainda previam um corte nas taxas de juros do Federal Reserve na reunião de julho, revisaram as suas estimativas.

Após a divulgação, nesta sexta-feira (7), de dados de emprego mais fortes do que o esperado em maio, o Citigroup agora avalia que os formuladores de política monetária dos EUA devem fazer o primeiro movimento de corte de juros em setembro, enquanto o JPMorgan não prevê nenhuma mudança até novembro.

“Estamos mudando nosso cenário-base, com estimativa para o primeiro corte na taxa de juros de julho para setembro”, disse Andrew Hollenhorst, economista-chefe do Citigroup nos EUA, em um relatório nesta sexta-feira.

Embora o mercado de trabalho e a economia dos EUA pareçam estar desacelerando, o “crescimento surpreendentemente forte do emprego” no mês passado provavelmente manterá o Fed em compasso de espera enquanto aguarda “por mais dados sobre a atividade mais lenta e a inflação”.

O economista-chefe do JPMorgan nos EUA, Michael Feroli, também em um relatório de sexta-feira, disse que “o recente impulso no crescimento do emprego” sugere que o enfraquecimento “mais amplo” do mercado de trabalho pode levar mais de três meses para se materializar.

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A nova previsão do Citi é de três cortes de um 0,25 ponto percentual na taxa de juros este ano - em setembro, novembro e dezembro. Anteriormente, o banco previa quatro, com um em cada reunião do Fed de julho a dezembro. A previsão do JPMorgan mudou de três cortes este ano para apenas um, seguido de um por trimestre no ano quem vem.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano subiram e os mercados de derivativos precificaram um montante total menor de cortes nas taxas do Fed este ano, depois que o relatório de emprego mostrou que a criação de empregos e o crescimento dos salários superaram as estimativas dos economistas.

O montante acumulado dos cortes de juros esperados pelos traders caiu cerca de 10 pontos-base, para 38 pontos-base.

Entre outros grandes bancos de Wall Street, pelo menos seis estavam prevendo um corte nas taxas do Fed em setembro até esta semana, e pelo menos quatro previam um corte inicial em dezembro.

Wall Street foi pega de surpresa neste ano pela resiliência da economia dos EUA, depois que 11 aumentos das taxas do Fed, de março de 2022 a julho de 2023, elevaram a meta da taxa dos fundos federais para 5,25% a 5,5%.

No início do ano, os mercados de derivativos precificavam pelo menos seis cortes de 0,25 ponto até dezembro, e vários bancos tinham previsões de pelo menos cinco.

Essas perspectivas foram gradualmente reduzidas, principalmente depois que a redução da inflação estagnou.

Os diretores do Fed, cuja projeção mediana para a taxa de juros no final de 2024 era de 4,625% em dezembro e março, têm enfatizado a necessidade de maior certeza sobre a tendência de queda da inflação antes de cortar a taxa de juros.

O diretor do Fed, Christopher Waller, por exemplo, disse em 21 de maio que eram necessários “vários outros” meses de bons dados de inflação.

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