Por que Jamie Dimon continua cético em relação a um ‘pouso suave’ dos EUA

Em meio à euforia que tomou conta do mercado financeiro após o corte de 0,50 ponto no juro pelo Fed, CEO do JPMorgan disse que a inflação não deve retroceder tão facilmente

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Bloomberg — O CEO do JPMorgan (JPM), Jamie Dimon, disse que continua cético em relação à perspectiva de um “pouso suave” da economia americana após o primeiro corte de juros do Federal Reserve em mais de quatro anos.

“Sou um pouco mais cético do que outras pessoas. Vejo chances menores”, disse ele no evento The Atlantic Festival em Washington, nesta sexta-feira (20).

“Espero que seja verdade, mas também sou mais cético de que a inflação vá embora tão facilmente, não porque ela não tenha diminuído — ela diminuiu — e possa diminuir mais.”

O termo “pouso suave” - soft landing - se refere à desaceleração da economia para reduzir a inflação sem que o país entre em recessão.

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O corte de juros quase não terá efeito para a eleição presidencial, acrescentou o CEO do maior banco dos EUA, quando questionado sobre se haveria algum impacto.

O Federal Reserve cortou sua taxa básica de juros em meio ponto percentual na quarta-feira (18) visando assegurar um pouso suave da economia. Antes da decisão, Dimon disse que, independentemente de o banco central diminuir a taxa em 25 ou 50 pontos-base, isso não seria algo de grande impacto.

O CEO do JPMorgan vem alertando há mais de um ano que a inflação pode ser mais persistente do que os investidores esperam, citando impulsionadores como gastos públicos e a “remilitarização do mundo”.

O mais longevo dos atuais CEO de grandes bancos em Wall Street escreveu em sua carta anual aos acionistas em abril que o JPMorgan está preparado para taxas de juros entre 2% e 8% ou mais.

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