Bloomberg — O evento anual do Federal Reserve em Jackson Hole e um encontro dos Brics movimentam a semana, que ainda terá dados do IPCA-15 de agosto, considerado uma prévia da inflação oficial do país, e reunião sobre o arcabouço fiscal.
Confira a seguir os principais destaques desta semana:
Jackson Hole
O simpósio anual do Fed em Jackson Hole concentra as atenções do mercado, em meio à expectativa de que as taxas de juros nos Estados Unidos podem subir mais uma vez até o fim do ano e permanecerem elevadas por mais tempo — diante da persistência inflacionária e resiliência da economia.
O presidente Jerome Powell fala na sexta-feira, dia 25, com discurso previsto para as 11h.
A Bloomberg Economics espera que ele enfatize a necessidade de manter as taxas mais altas por mais tempo para conter a inflação de forma duradoura.
Ainda nos EUA, saem dados de bens duráveis, venda de casas e sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, que inclui expectativas para a inflação.
Mercado imobiliário na China
Autoridades chinesas aceleraram medidas nos últimos dias para fortalecer os mercados financeiros, em um sinal de que o governo de Pequim se sente cada vez mais desconfortável com o ritmo de queda dos índices acionários e do yuan, à medida que os problemas no mercado imobiliário se acumulam.
Os movimentos complementaram o corte surpresa da taxa de juros pelo Banco Popular da China na última semana, que foi a maior redução desde 2020, e a sua indicação para o fixing do yuan mais forte de todos os tempos na sexta. Bancos chineses devem reduzir a taxa prime dos empréstimos em 15 pontos-base.
IPCA-15
O IPCA-15 de agosto deve trazer na sexta-feira (25) mais elementos sobre o comportamento da inflação, em meio à queda das apostas em aceleração do ritmo de flexibilização monetária.
Economistas da Bloomberg Economics esperam um pequeno aumento na inflação, com o núcleo de médias aparadas subindo para uma faixa de 0,25-0,35% e a difusão em torno de 55%. A inflação de serviços deve superar o índice.
A curva do DI precifica cerca de 57 pontos de corte em setembro, de 60 pontos depois da ata do Copom.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a barra para mudanças para cima ou para baixo de 0,50 ponto percentual é alta, em entrevista ao site Poder360 na quinta-feira (17).
Na agenda doméstica, saem ainda dados de confiança do consumidor da FGV e os dados do setor externo do BC.
Arcabouço fiscal
O presidente da Câmara, Arthur Lira, marcou para esta segunda-feira (21) a reunião de líderes sobre o arcabouço fiscal — após adiamento devido à insatisfação de deputados com falas do ministro Fernando Haddad.
Se houver acordo, o texto pode ser votado no dia seguinte, afirmou. A chance de a Câmara não votar o arcabouço fiscal neste mês é zero, segundo o jornal Valor Econômico, que citou pessoas próximas a Lira.
O cenário mais provável, segundo a reportagem, é que a proposta passe, mas sem as modificações feitas no Senado e que elevariam as despesas.
Lula e Haddad no Brics
Outro tema ainda pendente — e que ajuda a manter a relação Executivo-Legislativo sob tensão — são as mudanças no ministério prometidas por Lula para acomodar o centrão na base aliada.
O presidente Lula está em viagem na África do Sul, onde participa da cúpula dos Brics. Haddad está na comitiva. O bloco discutirá, entre outros assuntos, o aprofundamento do uso de moedas nacionais no comércio entre os países membros.
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