Investidores adotam cautela à espera dos dados do CPI de setembro nos EUA

Economistas projetam uma moderação da inflação ao consumidor no momento em que um corte mais agressivo na reunião de novembro do Fed se tornou menos provável, segundo as apostas

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Bloomberg Línea — As ações europeias operavam perto da estabilidade nesta manhã de quinta-feira (10), enquanto investidores aguardam dados importantes sobre a inflação nos EUA - o CPI de setembro, que sai às 9h30 de Brasília.

O índice Stoxx Europe 600 recuava 0,10% às 9h15 em Londres. A GSK subia depois de anunciar que pagará até US$ 2,2 bilhões para resolver processos judiciais nos EUA relacionados ao seu medicamento Zantac. Os bancos também avançaram, enquanto o setor de tecnologia ficou para trás.

Entre outros movimentos individuais, as ações da Deutsche Telekom subiram após a empresa alemã anunciar um programa de recompra de ações de até € 2 bilhões (US$ 2,2 bilhões) para 2025. A empresa de energia Repsol caiu após apresentar uma atualização comercial decepcionante.

Os futuros do S&P 500 negociavam com leve queda, após o principal índice de ações dos EUA ter atingido o seu 44º recorde do ano na véspera (9), liderado pelo setor de tecnologia.

Os títulos do Tesouro americano também permaneceram estáveis, enquanto o petróleo subiu com os traders atentos à possível resposta de Israel ao ataque de mísseis do Irã. O Bloomberg Dollar Spot Index e o euro tiveram pouca variação.

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Espera-se que os dados de preços ao consumidor dos EUA em setembro mostrem uma maior moderação da inflação, apoiando a esperada flexibilização do Fed nos próximos meses.

A mediana de estimativas consultados pela Bloomberg espera variação de 0,1% para o CPI e de 0,2% para o núcleo, que exclui as categorias mais voláteis de alimentos e energia. E de 2,3% na base anual, o que seria o menor ritmo desde o começo de 2021, se confirmado.

Após o surpreendente crescimento do emprego em setembro, reportado na última sexta (4), a desaceleração gradual das pressões inflacionárias sugere que os formuladores de políticas podem optar por um corte menor na taxa de juros quando se reunirem no próximo mês — ou até mesmo não cortar.

A ata da última reunião de política monetária mostrou que a maioria dos membros do FOMC apoiava um corte de 50 pontos-base, embora houvesse uma preferência entre alguns oficiais por uma redução das taxas de maneira mais gradual.

Preocupações com o aumento das tensões no Oriente Médio pressionaram as ações recentemente, enquanto a incerteza sobre novos estímulos da China limitou um rali nos setores mais expostos ao país. Os investidores também se preparam para a temporada de resultados do terceiro trimestre.

“Há muito risco pela frente,” disse Mabrouk Chetouane, chefe de estratégia de mercado global da Natixis Investment Managers, por telefone à Bloomberg News. “O cenário global não é extremamente positivo, é um pouco sombrio, e acho que o mercado está realmente em modo de espera.”

O índice de referência Stoxx 600 caiu cerca de 1,40% desde que atingiu um recorde no fim de setembro e está ligeiramente negativo neste mês.

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- ‘Venda iene’. A moeda japonesa tem sido uma das vítimas do reposicionamento de traders depois que mudaram as apostas sobre os cortes do Fed com os dados mais fortes de emprego em setembro. O trade tem sido adotado de forma ampla pelos maiores bancos da economia asiática.

- Furacão Milton. O furacão chegou à costa leste da Flórida perto de Tampa pouco antes das 21h no horário local classificado como de categoria 3. Nesta madrugada, enquanto avançava pelo estado com ventos de 140 km/h, deixava quase 3 milhões de lares e empresas estavam sem luz.

- BMW em alerta. As vendas da montadora alemã de luxo caíram 30% no terceiro trimestre na China, um de seus principais mercados. A queda reforça a preocupação com a ameaça de imposição de tarifas de importação a carros da Europa como retaliação às taxas aos veículos elétricos chineses.

(Com informações de Bloomberg News)

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🔘 As bolsas ontem (09/10): Dow Jones Industrials (+1,03%), S&P 500 (+0,71%), Nasdaq Composite (+0,60%), Stoxx 600 (+0,66%), Ibovespa (-1,18%)