Bloomberg Línea — As ações europeias operavam perto da estabilidade nesta manhã de quinta-feira (10), enquanto investidores aguardam dados importantes sobre a inflação nos EUA - o CPI de setembro, que sai às 9h30 de Brasília.
O índice Stoxx Europe 600 recuava 0,10% às 9h15 em Londres. A GSK subia depois de anunciar que pagará até US$ 2,2 bilhões para resolver processos judiciais nos EUA relacionados ao seu medicamento Zantac. Os bancos também avançaram, enquanto o setor de tecnologia ficou para trás.
Entre outros movimentos individuais, as ações da Deutsche Telekom subiram após a empresa alemã anunciar um programa de recompra de ações de até € 2 bilhões (US$ 2,2 bilhões) para 2025. A empresa de energia Repsol caiu após apresentar uma atualização comercial decepcionante.
Os futuros do S&P 500 negociavam com leve queda, após o principal índice de ações dos EUA ter atingido o seu 44º recorde do ano na véspera (9), liderado pelo setor de tecnologia.
Os títulos do Tesouro americano também permaneceram estáveis, enquanto o petróleo subiu com os traders atentos à possível resposta de Israel ao ataque de mísseis do Irã. O Bloomberg Dollar Spot Index e o euro tiveram pouca variação.
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Espera-se que os dados de preços ao consumidor dos EUA em setembro mostrem uma maior moderação da inflação, apoiando a esperada flexibilização do Fed nos próximos meses.
A mediana de estimativas consultados pela Bloomberg espera variação de 0,1% para o CPI e de 0,2% para o núcleo, que exclui as categorias mais voláteis de alimentos e energia. E de 2,3% na base anual, o que seria o menor ritmo desde o começo de 2021, se confirmado.
Após o surpreendente crescimento do emprego em setembro, reportado na última sexta (4), a desaceleração gradual das pressões inflacionárias sugere que os formuladores de políticas podem optar por um corte menor na taxa de juros quando se reunirem no próximo mês — ou até mesmo não cortar.
A ata da última reunião de política monetária mostrou que a maioria dos membros do FOMC apoiava um corte de 50 pontos-base, embora houvesse uma preferência entre alguns oficiais por uma redução das taxas de maneira mais gradual.
Preocupações com o aumento das tensões no Oriente Médio pressionaram as ações recentemente, enquanto a incerteza sobre novos estímulos da China limitou um rali nos setores mais expostos ao país. Os investidores também se preparam para a temporada de resultados do terceiro trimestre.
“Há muito risco pela frente,” disse Mabrouk Chetouane, chefe de estratégia de mercado global da Natixis Investment Managers, por telefone à Bloomberg News. “O cenário global não é extremamente positivo, é um pouco sombrio, e acho que o mercado está realmente em modo de espera.”
O índice de referência Stoxx 600 caiu cerca de 1,40% desde que atingiu um recorde no fim de setembro e está ligeiramente negativo neste mês.
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- ‘Venda iene’. A moeda japonesa tem sido uma das vítimas do reposicionamento de traders depois que mudaram as apostas sobre os cortes do Fed com os dados mais fortes de emprego em setembro. O trade tem sido adotado de forma ampla pelos maiores bancos da economia asiática.
- Furacão Milton. O furacão chegou à costa leste da Flórida perto de Tampa pouco antes das 21h no horário local classificado como de categoria 3. Nesta madrugada, enquanto avançava pelo estado com ventos de 140 km/h, deixava quase 3 milhões de lares e empresas estavam sem luz.
- BMW em alerta. As vendas da montadora alemã de luxo caíram 30% no terceiro trimestre na China, um de seus principais mercados. A queda reforça a preocupação com a ameaça de imposição de tarifas de importação a carros da Europa como retaliação às taxas aos veículos elétricos chineses.
(Com informações de Bloomberg News)