Investidor se posiciona em mercado de opções para ano sem cortes do Fed

Economia americana resiliente e inflação elevada têm levado dirigentes do Federal Reserve a sinalizar que juros devem permanecer altos por mais tempo

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Bloomberg — O mercado de juros dos Estados Unidos começa a se preparar para a possibilidade de que o Federal Reserve não cortará a taxa básica este ano.

Com a economia robusta e inflação persistente, os dirigentes do BC americano ultimamente têm sinalizado que esperam manter os juros altos por mais tempo. Isso gerou um efeito cascata nos mercados de derivativos.

Os investidores têm acumulado posições em opções vinculadas à taxa interbancária SOFR, que tende a ficar bem próxima à meta do banco central americano, visando um cenário em que a autoridade monetária manteria os juros inalterados o ano todo.

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Algumas das apostas mais agressivas também posicionam o investidor para a possibilidade de uma outra alta em 2024.

Mas, no mercado de swaps de juros, os contratos ainda precificam 40 pontos-base de cortes até o final do ano. Isso ajuda a explicar a demanda sólida por Treasuries de dois anos no leilão recorde da terça-feira, de US$ 69 bilhões.

Mesmo assim, alguns traders se preparam para a possibilidade de uma queda mais profunda dos títulos do Tesouro americano, depois que um movimento de venda elevou as taxas de vários vencimentos a máximas de 2024 este mês.

O destaque entre as opções de Treasuries na terça-feira foi uma aposta de US$ 11 milhões visando o yield de 10 anos a 5% dentro de um mês, comparado a cerca de 4,6% atualmente. E a mais recente enquete junto a clientes do JPMorgan (JPM) mostrou o maior posicionamento neutro em dois meses.

Os últimos dados semanais da CFTC, a comissão que regula o mercado de derivativos nos EUA, mostram que os gestores de recursos passaram a uma posição comprada líquida em futuros de Treasuries de 2 e 5 anos.

A mudança provavelmente reflete um movimento de saída de posições vendidas depois que os yields dispararam, segundo uma análise do Bank of America (BAC).

Por outro lado, os fundos alavancados estenderam suas posições vendidas, segundo os dados da CFTC até 16 de abril. Nos vencimentos de 2 e 5 anos, as apostas dos hedge funds na queda dos títulos — e alta dos yields — atingiram níveis recordes.

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