Ibovespa vai na contramão dos EUA e cai 0,36%; em crise, Gol despenca 33,6%

Desempenho positivo das ações da Petrobras impediu uma queda maior do índice; em Nova York, Dow Jones e S&P voltaram a fechar em níveis recordes

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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em queda de 0,36% nesta segunda-feira (29), aos 128.502,66 pontos, no sentido contrário das bolsas americanas, que tiveram um dia positivo e voltaram a fechar em níveis recordes (Dow Jones e S&P 500).

A desvalorização de 0,47% da Vale (VALE3) e a de grandes bancos pesaram no resultado do índice. O Banco do Brasil (BBAS3), por exemplo, caiu 0,79% e o Bradesco (BBDC4), 0,90%.

O destaque negativo do dia, no entanto, foi a companhia aérea Gol (GOLL4;GOLL3), cujas ações preferenciais despencaram 33,61%, enquanto investidores continuam a repercutir o pedido de recuperação judicial da empresa nos Estados Unidos, processo conhecido como Chapter 11. Nesta segunda, a justiça americana permitiu que a Gol acessasse uma linha de crédito emergencial.

Por outro lado, o desempenho positivo dos papéis da Petrobras (PETR4, PETR3) impediu uma queda maior do índice brasileiro. As ações preferenciais subiram 1,53%, apesar da queda do petróleo no dia. A petroleira divulgou dados operacionais na última sexta-feira (26), assim como uma estimativa positiva para seu volume de reservas de petróleo.

Nesta segunda, o banco Jefferies apontou que o balanço da companhia no último trimestre deve ser melhor do que o esperado até então.

Outras destaques de alta foram as ações de Assaí (ASAI3), Hypera (HYPE3) e Raízen (RAIZ4).

Estados Unidos

Os principais índices de ações tiveram um dia positivo nos Estados Unidos, repercutindo a queda dos juros futuros refletidos nos Treasuries de 10 anos. O Dow Jones subiu 0,59%, o S&P 500, 0,76%, e o Nasdaq Composite, 1,12%.

No radar dos investidores para os próximos dias estão a divulgação dos resultados trimestrais das big techs, a decisão de juros pelo Federal Reserve na quarta (31) e o payroll de janeiro, que será conhecido na sexta (2).

“Esta semana pode ser fundamental”, disse Chris Larkin da E*Trade do Morgan Stanley. “Se o mercado quiser sustentar a seus últimos recordes, terá que evitar as desilusões com os lucros das grandes empresas tecnológicas, receber notícias encorajadoras do Fed sobre as taxas de juro e ainda ver números de emprego sólidos, mas não demasiado elevados”

Os próximos dias devem ser cruciais para determinar se os valuations das ações - especialmente as de empresas de tecnologia dos EUA - são sustentáveis.

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