Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) destoou dos mercados internacionais e teve perdas generalizadas nesta segunda-feira (22), com queda de 0,81%, aos 126.602 pontos. Na Europa e nos Estados Unidos, os principais índices de ações tiveram um dia positivo depois de o mercado americano ter renovado os recordes na última sexta-feira (19). O dólar subiu 1,25%, a R$ 4,99.
Além da queda na bolsa, a alta do dólar e dos juros futuros do Brasil nesta segunda foram interpretados pelo mercado como sinais de pessimismo com as perspectivas fiscais do país neste ano. O anúncio de um programa do governo federal de incentivo ao setor industrial, que soma R$ 300 bilhões em financiamentos, foi avaliado como uma mau sinal ao equilíbrio fiscal.
Entre as ações do Ibovespa, as principais perdas foram das ações de empresas mais sensíveis à alta dos juros: Hapvida (HAPV3), Renner (LREN3) e Assaí (MGLU3) caíram 5,72%, 5,44% e 4,83%, respectivamente. No caso da Renner, o rebaixamento da recomendação pelo Citi também pesou.
Outras desvalorizações importantes foram de Gol (-3,13%), Eletrobras ON (-2,23%) e Itaú (-1,64%). A Vale (VALE3) caiu 0,44%.
No sentido positivo, os papéis ordinários da Petrobras (PETR3; PETR4) subiram 0,23%, e os preferenciais, 0,45%, enquanto as principais altas do dia foram de BRF (BRFS3), Cielo (CIEL3) e Embraer (EMBR3), que valorizaram 4,92%, 3,12% e 1,97%, respectivamente.
Estados Unidos
As ações nos Estados Unidos estenderam as altas da última sexta-feira, renovando seus recordes mais uma vez. O Dow Jones subiu 0,36%, o S&P 500 subiu 0,22% e o Nasdaq Composite, 0,32%.
As ações, portanto, superaram um início de ano difícil, amparadas por apostas de que o Federal Reserve reduzirá as taxas de juros neste ano de forma ostensiva e de que o boom de inteligência artificial continuará a alimentar o crescimento dos lucros. A temporada de resultados terá nesta semana os números de empresas como Netflix, Tesla e Intel.
“O recorde que vimos na sexta-feira está atraindo impulso”, disse Mark Hackett, da Nationwide. “Embora possamos não estar indo direto para a lua, o ambiente atual é encorajador e um bom lembrete para os investidores.”
“A história está mudando para os investidores otimistas”, disse David Donabedian, do CIBC Private Wealth US. “O otimismo foi impulsionado pela crença de que haveria cortes agressivos nas taxas por parte do Fed. Agora a crença dos investidores mudou para ver a economia como à prova de balas. Não importa quão altas sejam as taxas de juros, a economia continuará a avançar.”
O fechamento recorde da semana passada para as ações dos EUA puxou os valuations de volta aos níveis máximos observados em julho passado. Mas um olhar mais atento mostra que o mercado não é tão caro quanto parece, segundo Scott Chronert, do Citigroup.
-- Com informações da Bloomberg News.
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