Ibovespa tem maior queda em uma semana com reflexos da China e IPCA acima do esperado

Medidas de estímulos do país asiático frustraram investidores, o que se refletiu nos papéis da Vale

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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) teve o maior recuo em uma semana, com os investidores repercutindo a frustração com medidas de estímulo da China, a inflação acima do esperado no Brasil e a demora do governo em definir e apresentar um plano de corte de gastos.

O principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 1,43%, aos 127.830 pontos, depois de cair até 2% durante a sessão. No acumulado da semana, o Ibovespa fechou com queda de 0,17%, a terceira semana seguida de baixas.

O dólar (USDBRL), por sua vez, avançou 0,78% e fechou cotado a R$ 5,74.

A China anunciou um programa de 10 trilhões de yuans (US$ 1,4 trilhão) para refinanciar a dívida de governos locais, enquanto Pequim lança novas medidas para apoiar uma economia em desaceleração.

Embora a escala do plano de troca de dívida local esteja próxima da faixa superior das previsões da maioria dos economistas, a medida decepcionou os mercados devido à falta de novos gastos públicos para promover o crescimento.

No Brasil, a Vale (VALE3) caiu 4,61% e foi a maior contribuição negativa em volume, repercutindo as perdas dos futuros do minério de ferro em razão da decepção com os estímulos.

O Itaú Unibanco (ITUB4) perdeu 1,57% e puxou o índice para baixo, assim como outras ações do setor. Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3), Santander Brasil (SANB11) e BTG Pactual (BPAC11) também recuaram.

Destaque ainda para a Lojas Renner (LREN3), que caiu 6,14% e também ficou entre as principais influências negativas.

Na outra ponta, a Petrobras (PETR3; PETR4) subiu, com as ações preferenciais avançando 1,89%, e a Embraer (EMBR3) teve ganhos de 7,47% depois da divulgação do balanços. O lucro líquido da fabricante de aeronaves subiu 604,3% no terceiro trimestre, a R$ 1,18 bilhão.

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o IPCA teve alta de 0,56% em outubro. Nos últimos 12 meses, o principal indicador da inflação do Brasil acumulou alta de 4,76%.

A previsão de analistas segundo o consenso da Bloomberg era a de uma alta de 0,54% em relação ao mês anterior e de 4,74% em relação ao ano passado. A Bloomberg Economics, por sua vez, estimava uma variação de 0,50% no mês versus setembro e de 4,70% em 12 meses.

Os dados reforçam a expectativa de aperto monetário pelo Banco Central nos próximos meses, em cima de uma taxa básica que está em 11,25% ao ano. E isso afeta o investimento em ações e o desempenho de empresas listadas de maneira geral mas principalmente as de consumo, como varejistas.

-- Com informações da Bloomberg News.