Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em baixa de 1,55%, aos 131.065 pontos, registrando a maior queda diária desde junho. O sentimento negativo foi influenciado por preocupações com a política fiscal, enquanto investidores seguem reagindo ao tom mais duro adotado pelo Copom na decisão de política monetária nesta semana, sugerindo aumentos da Selic.
O cenário negativo fez o real perder foça. O dólar (USDBRL) se recuperou das quedas da véspera e encerrou cotado a R$ 5,51, com alta de 1,57%, depois de subir a R$ 5,52 na máxima do dia.
Com o resultado, o índice da bolsa brasileira teve queda de 2,83% na semana, depois de um ganho de 0,23% no período anterior. Em setembro, o Ibovespa acumula perda de 3,63% até esta sexta.
O desempenho negativo do índice foi influenciado principalmente pelas blue chips. A Vale (VALE3) recuou 1,51% e foi a principal contribuição negativa em volume, seguida dos papéis preferenciais da Petrobras (PETR3; PETR4), que cederam 0,03%, perto da estabilidade.
O setor financeiro estendeu as perdas da véspera, contribuindo também para a baixa do dia. O Itaú Unibanco (ITUB) caiu 3,12%, enquanto o Bradesco (BBDC4) recuou 1,86%. Banco do Brasil (BBAS3), Santander Brasil (SANB11) e BTG Pactual (BPAC11) tiveram perdas. A B3 (B3SA3) perdeu 3,33%.
Na ponta positiva, destaque para a Raízen (RAIZ4), que avançou 2,28% e liderou entre as maiores altas influenciada pelo aumento dos preços do açúcar. A cotação do açúcar bruto subiu até 3,8% em Nova York nesta sexta-feira, estendendo o salto semanal a 16%, o maior desde agosto de 2008. Desde meados do mês passado, a commodity já subiu quase 30%, enquanto o mercado avalia a extensão dos danos causados pelo fogo e onda de calor no país.
Estados Unidos
Em Nova York, os índices tiveram um dia de correção depois da alta na véspera, à medida que a euforia após o corte de meio ponto na taxa de juros do Federal Reserve nesta semana diminuiu.
O S&P 500 e o Nasdaq 100 encerraram o pregão em queda de 0,2%. O índice Dow Jones Industrial Average subiu 0,1%. Mais de 20 bilhões de ações foram negociadas nas bolsas dos EUA, o pregão mais movimentado desde janeiro de 2021.
Embora as ações dos EUA tenham conseguido manter o rali pela segunda semana consecutiva, uma série de balanços decepcionantes pesou sobre o desempenho. A FedEx caiu 15% depois que a empresa, considerada um termômetro econômico, não atingiu as estimativas de lucro e alertou que seus negócios desacelerariam.
A Intel esteve entre as altas do pregão após uma reportagem do WSJ sobre uma possível oferta de aquisição da Qualcomm,.
A confiança tem crescido de que o banco central americano será capaz de executar um pouso suave, mas alertas como o da FedEx ressaltam preocupações persistentes. Os formuladores de política monetária do Fed projetaram uma nova redução de meio ponto ainda este ano.
- Com informações da Bloomberg News
