Ibovespa sobe com Petrobras na contramão do exterior e apesar de queda das commodities

Investidores analisam novos dados de emprego nos EUA enquanto aguardam pelo payroll; no Brasil, produção industrial e fiscal estão no radar

B3
04 de Setembro, 2024 | 10:22 AM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) avança nesta quarta-feira (4), na contramão dos mercados globais. A sessão é de cautela global, após a derrocada das ações no dia anterior e com investidores monitorando novos dados de emprego nos Estados Unidos.

Por volta das 10h20 (horário de Brasília), o principal índice de ações da bolsa brasileira subia 0,75%, aos 135.358 pontos. O dólar, por sua vez, operava de lado, a R$ 5,64, A sessão é de alta para as blue chips Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4), apesar do dia de baixa para as commodities.

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O minério de ferro, por exemplo, estendeu seu tombo em direção a US$ 90 a tonelada, em meio a receios crescentes com a crise da indústria siderúrgica na China.

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Os futuros em Singapura caíram até 2% nesta quarta-feira (4), para US$ 91,75 a tonelada, e já acumulam uma baixa de quase 9% em quatro sessões. Não há muitos sinais de melhora das condições difíceis que as siderúrgicas chinesas enfrentam: demanda fraca, preços baixos e margens ruins.

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Já o petróleo afundou ainda mais após despencar para o nível mais baixo do ano. Os futuros do Brent caíram para cerca de US$ 73 o barril, devido a preocupações crescentes de que a demanda frágil e o restabelecimento das ofertas da Opep+ criarão um novo excesso de oferta.

Na agenda doméstica, a produção industrial brasileira caiu 1,4% em julho, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta manhã. O indicador veio pior que o esperado por economistas consultados pela Bloomberg, que previa, queda de 1,0% na comparação mensal, após alta de 4,1% na medição anterior.

Já no exterior, o destaque é o relatório de empregos JOLTs. Ontem, dados mostraram um quinto mês consecutivo de contração na atividade manufatureira dos EUA.

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À medida que o foco do mercado se desloca da inflação para o crescimento econômico, dados macroeconômicos negativos estão cada vez mais se traduzindo em perdas para as ações e demais ativos de risco.

As atenções estarão voltadas agora para o relatório de empregos payroll, que será divulgado na sexta-feira (6) e é considerado crucial para determinar a magnitude do corte inicial nos juros do Federal Reserve.

-- Com informações da Bloomberg News

Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.