Ibovespa sobe aos 135 mil pontos e fecha no maior nível já registrado; dólar cai

Índice brasileiro foi impulsionado pelo sentimento de otimismo no mercado internacional; Vale, bancos e varejistas puxam a alta

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19 de Agosto, 2024 | 05:44 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em alta de 1,36%, aos 135.778 pontos, nesta segunda-feira (19), e alcançou o maior patamar nominal de fechamento já registrado. O índice chegou a atingir 136.179 pontos na máxima, batendo também um novo recorde intradiário. Com o resultado, o Ibovespa zerou as perdas em 2024 e agora acumula valorização de 1,19%.

O dólar (USDBRL) perdeu força e operava a R$ 5,41 no fim do pregão na B3, com queda de 1,15%.

Investidores reagiram ao sentimento de otimismo nos mercados internacionais, diante da visão de que a economia americana está estável e de que o Federal Reserve (Fed) poderá iniciar um ciclo de corte de juros em breve.

O presidente do Fed, Jerome Powell, fará um discurso na sexta-feira durante o simpósio anual de Jackson Hole, que pode dar o tom antes da próxima reunião de política monetária em setembro.

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No Brasil, investidores repercutiram ainda novas declarações do diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, que reforçaram a possibilidade de o BC elevar a Selic a próxima reunião de política monetária.

Em palestra nesta segunda, Galípolo afirmou que os diretores estão dispostos a elevar a taxa de juros “sempre que necessário” para levar a inflação à meta de 3%.

Considerado como um dos nomes favoritos a ser indicado para substituir Roberto Campos Neto na chefia do BC, Galípolo ressaltou o incômodo gerado pela piora nas expectativas de inflação e disse que os diretores irão “com todas as opções para a próxima reunião do Copom”.

O relatório Focus, do Banco Central, voltou a apresentar uma revisão para cima nas projeções para a inflação este ano pela quinta semana seguida.

Os economistas consultados pela autoridade monetária veem agora alta de 4,22% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024, ante alta de 4,20% esperada anteriormente.

Já a projeção para o IPCA de 2025 caiu de 3,97% para 3,91%, enquanto as estimativas para 2026 se mantiveram estáveis em 3,60%. Os anos de 2025 e 2026 são atualmente o principal foco do BC em seu horizonte relevante de seis trimestres às frente.

A estimativa para o PIB também subiu para 2024, de 2,20% para crescimento de 2,23%. Já para o câmbio, os economistas veem agora dólar a R$ 5,31, acima dos R$ 5,30 esperados na semana passada. Com relação à Selic, as projeções se mantiveram em taxa de 10,50% ao ano em dezembro, embora a estimativa para 2025 tenha subido de 9,75% para 10,00%.

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Entre os ativos, a Vale (VALE3) subiu 1,65%, se recuperando das perdas das últimas sessões. Já os papéis preferenciais da Petrobras (PETR3; PETR4) recuaram 0,10% e foram a principal contribuição negativa com a baixa do preço do petróleo.

O dia foi de alta para os bancos. O Bradesco (BBDC4) avançou 4,74%, enquanto o Itaú Unibanco (ITUB4) subiu 0,32%. Banco do Brasil (BBAS3), Santander Brasil (SANB11) e BTG Pactual (BPAC11) também tiveram ganhos.

A Localiza (RENT3) subiu 3,84% e ficou entre as maiores contribuições positivas, ainda refletindo uma recuperação dos papéis após uma forte queda depois da divulgação de resultados trimestrais na semana passada.

Destaque ainda para as empresas ligadas ao varejo e ao consumo, que tiveram forte alta. A Petz (PETZ) subiu 24,93% e liderou entre as maiores altas do dia, seguida da LWSA (LWSA3), com 14,25%, e da Marfrig (MRFG3), com 12,64%.

A CVC (CVCB3) avançou 11,51%, influenciada pelo recuo do dólar, e o Magazine Luiza (MGLU3) subiu 10,65%.

Estados Unidos

Em Nova York, os índices de ações continuaram a subir, ampliando um rali que já ultrapassou os US$ 3 trilhões em ganhos de valor de mercado desde as baixas deste mês, em meio às esperanças de que o Federal Reserve pode sinalizar estar pronto para começar a cortar as taxas de juros.

O S&P 500 subiu pelo oitavo dia consecutivo — a sequência mais longa de altas em 2024.

A voltatilidade nos meses de julho e agosto não diminuiu o entusiasmo por ações. As alocações para essa classe de ativos se mantiveram robustas, apesar da recente volatilidade e da incerteza crescente sobre as perspectivas econômicas.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos caíram um ponto-base para 3,87%. O dólar atingiu o nível mais baixo desde março. O petróleo caiu cerca de 3%.

O secretário de Estado Antony Blinken disse que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu aceitou uma proposta de cessar-fogo para Gaza e que “o próximo passo importante é o Hamas dizer sim”.

-- Com informações da Bloomberg News