Ibovespa sobe 1,39% com altas da Vale e da Azul; dólar cai a R$ 5,85

Após semanas de tensão por conta da guerra comercial iniciada pelo plano tarifário de Donald Trump, um certo grau de calma retornou aos mercados internacionais

After Hours
14 de Abril, 2025 | 05:53 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) teve o segundo pregão consecutivo de alta acima de 1%, após uma semana de incertezas e oscilações. Nesta segunda-feira (14), o principal índice da B3 avançou 1,39%, aos 129.453 pontos.

A Vale (VALE3) foi a segunda ação mais negociada do dia e teve alta de 1,30%, o que ajudou a impulsionar o índice.

PUBLICIDADE

A ação com maior alta no dia, entretanto, foi a Azul (AZUL4), que subiu 12,33%. Nesta segunda, a empresa anunciou que vai realizar uma oferta de ações preferenciais (follow on) de até R$ 4,1 bilhões.

O dólar caiu 0,34% e fechou cotado a R$ 5,85.

Fechamento dos mercados nesta segunda-feira (14)

Após semanas de tensão por conta da guerra comercial iniciada pelo plano tarifário de Donald Trump, um certo grau de calma retornou a Wall Street, com ações e títulos registrando uma dupla recuperação.

PUBLICIDADE

A Casa Branca sinalizou um alívio tarifário sobre eletrônicos de consumo essenciais, o que levou a alta dos principais índices do país.

A Apple estendeu uma alta de dois dias para mais de 6%, liderando os ganhos das megacaps. As montadoras se recuperaram com a possibilidade de de exceções de Trump para autopeças que enfrentam impostos de 25% nos EUA. Os títulos do Tesouro americano interromperam uma queda de cinco dias que impulsionou os rendimentos de 10 anos para a maior alta em mais de duas décadas.

Para Matt Maley, da Miller Tabak, os investidores estão começando a concluir que agora há pelo menos alguns limites para o quão agressivo o governo pode ser com suas propostas.

PUBLICIDADE

Os investidores ainda estão lutando para lidar com as repercussões econômicas da guerra comercial, devido ao vaivém nas negociações. Embora as autoridades americanas insistam que a estratégia tarifária é cuidadosamente construída, os críticos veem a ordem de negociação como sujeita aos caprichos de um presidente transacional.

“Se a recuperação tiver fôlego no curto prazo, os investidores provavelmente precisarão ver sinais contínuos de flexibilidade da Casa Branca em relação às tarifas”, disse Chris Larkin, da E*Trade, do Morgan Stanley. “A incerteza ainda é alta e a volatilidade diária pode permanecer elevada.”

As maiores empresas de Wall Street destacaram a dificuldade de prever a trajetória das ações. Venu Krishna, do Barclays, disse que a volatilidade recente deixa pouca confiança em qualquer precificação atual, enquanto Dubravko Lakos-Bujas, do JPMorgan Chase, indicou que a previsão no ambiente atual é um desafio e deixa uma ampla gama de resultados.

PUBLICIDADE

Estrategistas do braço de pesquisa da BlackRock disseram que estão aumentando sua tomada de risco e adotando ações americanas e japonesas após a suspensão das tarifas impostas pelo governo Trump a muitos parceiros comerciais globais, mesmo evitando dívidas americanas de longo prazo.

Enquanto isso, os estrategistas do Citigroup reduziram sua visão sobre as ações americanas e afirmaram que a necessidade de diversificação além dessa classe de ativos está se fortalecendo, à medida que a guerra comercial prejudica o crescimento econômico e os lucros.

Apesar de todas as convulsões e incertezas, a maioria dos estrategistas de ações ainda espera que o S&P 500 se recupere até o final de 2025.

- Com informações da Bloomberg News.

Leia também:

Citi cresce 80% em banco comercial no Brasil e elege país como mercado chave

Na Argentina, fim de controles cambiais surpreende o mercado. Ações e títulos sobem

Euro desponta como alternativa ao dólar diante de guerra comercial de Trump