Ibovespa segue NY e fecha em queda após dados de emprego dos EUA; dólar sobe

Dados do mercado de trabalho americano voltaram a preocupar investidores sobre a demora do Fed para cortar os juros

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06 de Setembro, 2024 | 06:03 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em queda de 1,41%, aos 134.572 pontos, nesta sexta-feira (6), influenciado pela queda dos mercados internacionais depois da divulgação do relatório de empregos (payroll) dos Estados Unidos, que veio abaixo do esperado pelos economistas.

Os dados voltaram a trazer preocupações para investidores de que Federal Reserve tem reagido de forma lenta à desaceleração da economia americana.

Os principais índices de Nova York fecharam em queda. Já dólar (USDBRL) subia 0,45% e operava a R$ 5,60 ao final do pregão do B3, depois de atingir R$ 5,65 na máxima do dia.

Com o resultado, o Ibovespa teve perda acumulada de 1,03% na semana, o primeiro recuo depois de quatro semanas consecutivas de ganhos.

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As perdas do dia foram influenciadas principalmente pela Petrobras (PETR3; PETR4). As ações ordinárias caíram 1,84%, enquanto as preferenciais recuaram 1,96%. Os preços do petróleo cederam nesta sexta diante da expectativa de maior fraqueza da economia americana, após a divulgação dos dados.

Os papéis da Vale (VALE3) tiveram perdas de 1,25% e também ficaram entre as principais contribuições negativas em volume.

A Embraer (EMBR3) recuou 3,94%, enquanto o Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 1,41% e a holding Itausa (ITSA4) cedeu 0,98%.

Outros bancos também fecharam em queda, como Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3), Santander Brasil (SANB11) e BTG Pactual (BPAC11).

Apenas dez ativos do Ibovespa fecharam com ganhos. As altas foram lideradas pela CSN Mineração (CMIN3), que subiu 4,22%, seguida de Braskem (BRKM5), CSN (CSNA3), Rede D’Or (RDOR3) e Vivara (VIVA3).

Dados mais fracos dos EUA

A economia dos Estados Unidos criou 142 mil vagas em agosto, enquanto a taxa de desemprego caiu de 4,3% para 4,2%, segundo o relatório de folha de pagamento (payroll).

O resultado, divulgado na manhã desta sexta-feira (6) pelo departamento de estatísticas do país, veio abaixo do esperado pelo segundo mês consecutivo.

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A remuneração média por hora, por sua vez, subiu 0,4% em agosto, para US$ 35,21, e 3,8 % em 12 meses.

A mediana das previsões de economistas consultados pela Bloomberg apontava para a criação de 165 mil postos de trabalho no período, após um aumento de 114 mil em julho.

Os dados deixaram em aberto a possibilidade de que o Federal Reserve tome uma decisão mais ousada ao começar a cortar as taxas de juros.

Os operadores precificam pelo menos uma redução de 0,25 ponto percentual este mês, embora alguns ainda apostem em um movimento maior quando os diretores do Fed se reunirem em Washington nos dias 17 e 18 de setembro.

Falando em eventos separados após a divulgação dos dados, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, e o governador do Fed, Christopher Waller, reconheceram uma moderação no mercado de trabalho.

Apesar disso, Waller afirmou que não acredita que a economia esteja em recessão ou caminhando para uma, enquanto Williams disse que as condições atuais estão mais “consistentes com o bom mercado de trabalho” de antes da pandemia de covid-19.

No entanto, Waller deixou claro que está pronto para apoiar o mercado de trabalho, ecoando declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, no mês passado, e disse que defenderia uma medida mais agressiva “se dados subsequentes mostrarem uma deterioração significativa no mercado de trabalho.”

-- Com informações da Bloomberg News