Ibovespa se recupera com avanço de Petrobras, Vale e bancos; dólar recua a R$ 5,67

Investidores reagiram à melhora do sentimento no mercado internacional e a declarações de Campos Neto e Haddad em defesa do equilíbrio fiscal

Por

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) recuperou parte das perdas nesta quinta-feira (24) e teve a primeira alta em pouco mais de uma semana, em linha com os ganhos em Nova York. O avanço foi impulsionado principalmente pelas ações de empresas ligadas a commodities e de bancos.

Investidores também reagiram às declarações de Roberto Campos Neto, em entrevista coletiva em Washington ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O presidente do Banco Central afirmou que as medidas de ajuste de despesas, previstas para serem anunciadas pelo governo nas próximas semanas, podem reduzir parte das preocupações de investidores como equilíbrio das contas públicas. Haddad, por sua vez, defendeu medidas e disse que o governo fará o que precise ser feito para cumprir as regras do arcabouço fiscal.

O principal índice da bolsa brasileira avançou 0,65%, aos 130.067 pontos, a primeira sessão de ganhos desde 16 de outubro. O dólar (USDBRL) cedeu 0,39%, a R$ 5,67.

As blue chips ajudaram a sustentar o Ibovespa. A Petrobras (PETR3; PETR4) subiu, apesar do recuo dos futuros de petróleo. As ações preferenciais avançaram 0,67%, e as ordinárias, 0,33%. A Vale (VALE3) teve ganhos de 0,59%.

Entre os bancos, o Itaú Unibanco (ITUB4) subiu 0,90% e o Bradesco (BBDC4) teve valorização de 0,20%. Banco do Brasil (BBAS3), Santander Brasil (SANB11) e BTG Pactual (BPAC11) também avançaram.

Destaque ainda para a Hypera (HYPE3), que subiu 1,54% e ficou entre as principais contribuições positivas. O papel chegou a cair 4,1% pela manhã, depois que a empresa informou ao mercado ter rejeitado a proposta de fusão apresentada pela EMS, mas se recuperou ao longo do dia.

Na agenda do dia, a inflação medida pelo IPCA-15 subiu acima do esperado pelo mercado em outubro, o que adiciona pressão sobre o Banco Central no momento em que a autoridade monetária tem elevado a Selic para fazer frente ao aumento das expectativas de inflação, que estão acima da meta de 3%

O IPCA-15 subiu 0,54% em outubro, indicando uma aceleração sobre o resultado do mês anterior (0,13%), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta. Projeções de economistas consultados pela Bloomberg apontavam para uma alta entre 0,43% e 0,60%.

O IPCA-15 acumula alta de 4,47% em 12 meses, próximo ao limite da faixa de tolerância da meta do Banco Central, de 4,5%. O resultado ficou acima dos 4,12% observados até setembro e da projeção consensual de 4,43% do mercado, segundo a Bloomberg.

Estados Unidos

Em Nova York, os índices de ações subiram pela primeira vez nesta semana, com os investidores analisando uma série de balanços trimestrais em busca de pistas sobre a saúde da economia americana. Os títulos do Tesouro se recuperaram após dias de perdas.

O mercado mal se moveu após os dados econômicos de quinta-feira, com as vendas de novas casas superando as estimativas, os pedidos iniciais de seguro-desemprego caindo e a atividade empresarial se expandindo em um ritmo sólido.

O S&P 500 subiu 0,2%, recuperando sua marca de 5.800 pontos. O Nasdaq 100 avançou 0,8%. O Dow Jones Industrial Average caiu 0,3%, registrando seu quarto dia consecutivo de perdas — a mais longa sequência de quedas desde junho.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos dos EUA caíram quatro pontos-base para 4,20%. O petróleo caiu à medida que as preocupações com o excesso de oferta ofuscaram os riscos de uma possível retaliação de Israel contra o Irã.

Embora o mercado de ações ainda esteja em queda na semana, o declínio fez pouco para prejudicar os sinais técnicos otimistas acumulados em torno do S&P 500. O principal índice de ações dos EUA continua a ser negociado confortavelmente acima de sua média móvel de 200 dias, marcando mais de 240 dias consecutivos acima dessa linha de longo prazo amplamente observada.

Nas 13 vezes anteriores em que o S&P 500 fechou acima de sua média de 200 dias por pelo menos 242 dias consecutivos, com o índice a menos de 3% abaixo de um recorde, o indicador registrou um ganho mediano de 7,2% nos seis meses seguintes, avançando em todos os casos, exceto em dois, segundo análise do SentimenTrader.

-- Com informações de Bloomberg News.