Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) iniciou a última semana de março em queda. O principal índice da B3 recua 0,22% por volta das 11h desta segunda-feira (24), aos 132.052 pontos.
Já o dólar opera em alta contra o real e avança 0,35%, cotado a R$ 5,74. Na máxima, a moeda americana chegou a tocar os R$ 5,77.
Investidores reagem a falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento nesta manhã. Haddad disse estar “confortável” com a arquitetura atual do arcabouço fiscal, mas não descartou eventuais adaptações.
Foi o suficiente para iniciar um temor de que o governo poderia mudar as regras do jogo. A alta perdeu ímpeto após Haddad publicar em rede social que suas falas estavam sendo distorcidas.
“Disse que gosto da arquitetura do arcabouço fiscal. Que estou confortável com os seus atuais parâmetros. E que defendo reforçá-los com medidas como as do ano passado. Para o futuro, disse que os parâmetros podem até mudar, se as circunstâncias mudarem, mas defendo o cumprimento das metas que foram estabelecidas pelo atual governo”, escreveu o ministro.
A divulgação do último Boletim Focus também apontou para uma redução das projeções para inflação e crescimento da economia.
As estimativas para inflação em 2025 caíram de 5,66% para 5,65%, ainda acima do teto da meta, de 4,5%. Já a projeção do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) recuou de 1,99% para 1,98% para este ano.
No exterior, os principais índices futuros americanos avançam com a perspectiva de que as novas tarifas impostas pelo presidente dos EUA Donald Trump sejam mais direcionadas que o previsto.
O Dow Jones futuro sobe 1,13%, o S&P500 futuro avança 1,42% e o Nasdaq futuro tem alta de 1,73%.
Globalmente, os mercados ainda estão cautelosos antes do prazo de 2 de abril de Trump para impor tarifas recíprocas a uma série de outros países.
No entanto, autoridades familiarizadas com o assunto disseram à Bloomberg News que o anúncio está se configurando para ser mais direcionado do que o amplo esforço global que Trump havia cogitado anteriormente.
“Os mercados se sentiram um pouco mais confortáveis com as notícias de que a próxima fase do regime tarifário da administração Trump envolverá tarifas direcionadas”, disse Daniel Murray, CEO da EFG Asset Management em Zurique.
“Isso aumenta a possibilidade de que alguns setores e países tenham um desempenho melhor do que outros, ajudando a explicar o otimismo do mercado.”
- Com informações da Bloomberg News.
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