Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em queda de 0,15%, aos 133.953 pontos, interrompendo uma sequência de oito sessões em alta.
O índice brasileiro perdeu força depois de superar os 134 mil pontos na véspera e ficar perto de atingir um patamar de fechamento recorde em uma semana de fortes ganhos para o mercado acionário global.
Ainda assim, o Ibovespa encerrou a semana com valorização acumulada de 2,54%, o segundo período consecutivo de ganhos. Em agosto, o índice acumula alta de 4,92% até esta sexta-feira.
O dólar (USDBRL) cedia 0,13% e operava a R$ 5,48 no fim do pregão na B3.
A queda das ações da Vale (VALE3) e de bancos contribuiu para as perdas do dia. A mineradora recuou 0,27%, a R$ 56,08, refletindo a queda dos preços do minério de ferro.
A cotação da commodity chegou a atingir uma mínima intradiária de US$ 92,20 nesta sexta em Singapura, o menor patamar desde 2022, diante da preocupação de que a demanda da indústria siderúrgica deve se enfraquecer na China, enquanto a oferta das mineradoras permanece alta.
Entre os bancos, o Itaú Unibanco (ITUB4) fechou em queda de 0,84% e o Bradesco (BBDC4) perdeu 1,25%. O BTG Pactual (BPAC11) caiu 0,33%, enquanto Banco do Brasil (BBAS3) e Santander Brasil (SANB11) subiram 0,78% e 0,70%, respectivamente.
As ações preferenciais da Petrobras (PETR3; PETR4) avançaram 0,42%, apesar da queda do preço do petróleo no mercado internacional.
Destaque ainda para a Localiza (RENT3) que avançou 8,67%, recuperando parte da forte queda após a divulgação do balanço nesta semana, depois que analistas do Goldman Sachs e do Bank of America reiteraram a recomendação de compra do papel, apesar dos resultados abaixo do esperado no segundo trimestre.
A Petz (PETZ3), que também sofreu forte desvalorização após o balanço, fechou em alta de 9,28%. Quatro meses após o anúncio de uma proposta de fusão, a Petz e a Cobasi assinaram nesta sexta-feira (16) o acordo de combinação de negócios que pretende criar uma gigante nacional do mercado de produtos e serviços voltados para animais de estimação com previsão de receita anual de R$ 6,9 bilhões e Ebitda de R$ 464 milhões.
A IRB Brasil (IRBR3) estendeu a alta e fechou com valorização de 5,58%, depois de avançar mais de 30% na véspera.
Na agenda do dia, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) avançou 1,40% em junho na comparação mensal, após ter subido 0,25% em maio.
Quando comparado a junho de 2023, a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) teve alta de 3,2%. Em 12 meses, o IBC-Br avançou 1,6%, enquanto no ano na expansão é de 2,1%.
Economistas consultados pela Bloomberg previam expansão de 0,50% na comparação com maio e de 2,50% na base anual.
Estados Unidos
Em Nova York, os índices mantiveram as altas depois da divulgação de uma série de dados mostrando a resiliência econômica dos EUA, o que impulsionou as ações para a sua melhor semana do ano, com investidores aproveitando a queda recente para comprar.
O S&P 500 estendeu um rali de sete dias, com uma alta acumulada de 6,8% — o melhor desempenho em um período assim desde outubro de 2022.
Faltando apenas uma semana para o discurso de Jerome Powell em Jackson Hole, Wyoming, os operadores esperam que o presidente do Federal Reserve estabeleça expectativas para a próxima reunião de política monetária. Embora as autoridades tenham conseguido reduzir a inflação, o mercado de trabalho ainda é uma incógnita.
O mercado de ações interrompeu uma sequência de quatro semanas de perdas, parcialmente motivada pela preocupação de que o Fed não reduziria os juros em ritmo rápido o suficiente para evitar uma desaceleração mais profunda na maior economia do mundo. Os dados desta semana mostrando uma inflação em declínio e um consumidor resiliente reacenderam as esperanças de que o Fed conseguirá um pouso suave.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos caíram três pontos base, para 3,88%. O dólar teve sua terceira semana consecutiva de perdas — a sequência mais longa desde março.
Com as ações dos EUA se recuperando, a onda vendedora no início do mês se parece no momento mais uma pausa no mercado altista do que o início de seu fim.
Os traders têm tido dificuldades para prever para onde a economia está indo — e os temores de recessão que ajudaram a impulsionar o recente recuo podem ressurgir tão rapidamente quanto desapareceram. Além disso, as eleições nos EUA e as tensões geopolíticas adicionam outros elementos de incerteza. Mas, por baixo da superfície, há alguns sinais tranquilizadores.
Entre eles: a onda vendedora atingiu uma parcela relativamente pequena do mercado, sem a amplitude das liquidações desencadeadas pelos aumentos das taxas do Fed, pela pandemia e por outros eventos decisivos. E enquanto as avaliações correm o risco de outra recalibração se a economia acabar desacelerando, o S&P 500 durante o recente recuo se manteve acima de um limite que — pelo menos para analistas técnicos — transmite a confiança contínua dos investidores.
-- Com informações da Bloomberg News