Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) avança na tarde desta terça-feira (14), apesar da baixa das blue chips Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3. PETR4), em uma sessão de otimismo no exterior.
Por volta das 16h (horário de Brasília), o principal índice de renda variável da bolsa brasileira subia 0,25%, negociado aos 128.474 pontos, enquanto o dólar cedia 0,44%, a R$ 5,13.
Os investidores analisam hoje a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que cortou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,50% ao ano.
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O documento tenta amenizar as preocupações do mercado financeiro com relação ao placar dividido da decisão, que contou com cinco votos a quatro – uma surpresa para muitos economistas e gestores.
Aos que votaram pelo corte de 0,25 ponto (Roberto Campos Neto, Carolina Barros, Diogo Guillen, Otávio Damaso e Renato Gomes), a justificativa inclui um cenário esperado que não se confirmou devido à desancoragem adicional das expectativas, à elevação das projeções de inflação, ao cenário internacional mais adverso e à atividade econômica mais dinâmica do que esperado.
Já para os que votaram pela redução de 0,50 pp, a ata diz que “julgou-se apropriado, tal como em reuniões anteriores, seguir o guidance, mas reafirmando o firme compromisso com a meta e com a requerida taxa de juros terminal para que o objetivo precípuo do Comitê de convergência da inflação para a meta seja alcançado.” O grupo contou com Ailton Santos, Gabriel Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira.
Na avaliação do time de macro da XP, a ata reforçou a mensagem “hawkish” (dura) do comunicado pós-reunião. A casa estima mais dois cortes de 0,25 p.p., levando a taxa Selic para 10,00%, mas avalia que o risco parece inclinado para cima. “Ao ler a ata, não se deve descartar uma pausa na próxima reunião.”
Destaque ainda para a Petrobras, que reportou uma queda de 37,9% do lucro líquido no primeiro trimestre em relação a igual período do ano passado, para R$ 23,7 bilhões. Segundo a estatal, o resultado se deve principalmente aos menores volumes de vendas e à redução do preço do petróleo e da margem de diesel.
Na cena externa, dados de inflação nos Estados Unidos são destaque antes dos números do CPI de abril amanhã (15).
Os preços ao produtor nos EUA subiram mais do que o previsto em abril, sugerindo que as pressões inflacionárias estão levando mais tempo para diminuir.
O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) para a demanda final aumentou 0,5% em relação ao mês anterior, após uma queda revisada para baixo de 0,1% em março. Em comparação com o ano anterior, o IPP subiu 2,2%.
O núcleo do PPI, que exclui alimentos e energia, também aumentou 0,5% em relação ao mês anterior, após uma queda semelhante em março. A medida principal aumentou 2,4% na base anual.
-- Atualização das cotações às 16h (horário de Brasília)