Ibovespa oscila após IPCA-15 e em sessão de queda para Petrobras e alta da Vale

Investidores analisam dados da prévia da inflação no Brasil enquanto tentam balizar apostas em alta da Selic; queda do petróleo está no radar

Ibovespa oscila após IPCA-15 e em sessão de queda para Petrobras e alta da Vale
27 de Agosto, 2024 | 10:27 AM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) opera entre perdas e ganhos nesta terça-feira (27), com os investidores analisando dados de inflação acima do esperado no Brasil e à espera dos dados do PCE nos Estados Unidos no final da semana.

Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) desacelerou para 0,19%, de 0,30% em julho. Nos últimos 12 meses, a variação do indicador, considerado uma prévia da inflação oficial, foi de 4,35%, abaixo dos 4,45% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

A estimativa de economistas consultados pela Bloomberg era de alta de 0,17% na comparação mensal e de 4,33% na base anual.

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Por volta das 10h25 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha variação positiva de 0,02%, aos 136.905 pontos. O dólar, por sua vez, tinha leve alta de 0,10%, negociado a R$ 5,50.

Entre as commodities, o petróleo tem mais um dia de perdas nesta terça-feira, contribuindo para perdas das ações da Petrobras (PETR3; PETR4). A commodity caiu nos últimos meses – perdendo temporariamente todos os ganhos acumulados no ano – à medida que os investidores se preocupam com a desaceleração da demanda na China, com o aumento da oferta de fora da Opep+, bem como com os planos do grupo de relaxar as restrições à produção.

O movimento tem levado Wall Street a ter uma visão mais pessimista para o petróleo no próximo ano, com bancos como Goldman Sachs (GS) e Morgan Stanley (MS) reduzindo suas previsões de preços à medida que o fornecimento global aumenta.

Os dois bancos agora preveem que o Brent, referência global, terá um preço médio abaixo de US$ 80 por barril em 2025, com a previsão revisada do Goldman cortada para US$ 77, enquanto o Morgan Stanley vê os futuros variando entre US$ 75 e US$ 78.

Na cena corporativa, a Vale (VALE3) escolheu Gustavo Pimenta como seu próximo CEO para substituir Eduardo Bartolomeo em uma votação unânime do conselho de administração, o que coloca fim a um processo de sucessão disputado.

Pimenta assume o cargo em 1º de janeiro de 2025, de acordo com um registro regulatório. Ele sucederá Bartolomeo, que foi o principal executivo por cinco anos depois e entrou para o cargo para ajudar a recuperar a reputação da Vale após o desastre do rompimento da barragem de Brumadinho em janeiro de 2019.

O anúncio põe fim a um processo de meses que envolveu o segundo maior fornecedor de minério de ferro do mundo em seus esforços para encontrar seu próximo líder.

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A turbulência incluiu tentativas de interferência do governo, vazamentos de informações e disputas entre os membros da diretoria - dois dos quais se demitiram. Bartolomeo queria manter o cargo, mas não conseguiu reunir apoio suficiente. As ações da mineradora subiam mais de 2% nesta terça após o anúncio.

-- Com informações da Bloomberg News

Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.