Ibovespa fecha estável com avanço do Itaú e queda da Vale; em NY, S&P500 bate recorde

Ações da mineradora recuaram com a queda dos preços do minério de ferro, o que reduziu os ganhos do Ibovespa; em NY, rali de ações de tech impulsiona índices

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10 de Julho, 2024 | 06:20 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou perto da estabilidade com alta de 0,09%, aos 127.218 pontos, com os investidores repercutindo dados de inflação abaixo do esperado no Brasil e queda da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3; PETR4). O dólar (USDBRL) recuava 0,12% e era negociado a R$ 5,42 ao fim do pregão.

Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou para 0,21%, após ter avançado 0,46% em maio, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano, o IPCA tem alta de 2,48%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 4,23%, acima dos 3,93% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Estimativa mediana em pesquisa da Bloomberg com economistas apontava para alta de 0,30% na comparação mensal e de 4,32% em relação a junho de 2023.

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Na avaliação de Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o dado mostra que o processo desinflacionário está consistente, “com efeitos para reduzir as perspectivas de altas na curva de juros”.

Em Brasília, a Câmara dos Deputados aprovou com urgência e pode votar nesta quarta o projeto que regulamenta a reforma tributária, em meio a discussões sobre a inclusão de produtos na cesta básica, que podem ser isentos de impostos, e a aplicação do imposto seletivo a determinados tipos de itens.

Entre os ativos, as ações da Vale recuaram com a queda do preço do minério de ferro e foram a principal contribuição negativa para o Ibovespa. A cotação da commodity caiu diante de uma onda de sinais negativos na China, tanto na economia quanto nos setores de aço e imóveis. Os futuros em Singapura chegaram a cair mais de 4% nesta quarta-feira, para US$ 104,95 a tonelada, e a queda acumulada no ano é de quase 25%.

As ações da Petrobras também encerraram em queda depois do avanço na véspera, refletindo o reajuste de preços da gasolina e do gás liquefeito de petróleo (GLP). Ontem, a CEO da estatal, Magda Chambriand, disse na Bolívia acompanhando visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país que a empresa tem interesse em aumentar as importações de gás para expandir negócios nas áreas de fertilizantes e petroquímicos.

Entre as altas, o Itaú Unibanco (ITUB4), a Embraer (EMBR3) e o Banco do Brasil (BBAS3) foram as principais contribuições positivas. Demais bancos como Bradesco (BBDC4) e Santander Brasil (SANB11) também tiveram ganhos. O BTG Pactual (BPAC11) caiu.

A Azul (AZUL4) liderou as perdas depois de o JP Morgan rebaixar a recomendação das ações da empresa para neutra. Enquanto isso a LWSA (LWSA3), antiga Locaweb, avançou e liderou as altas depois de analistas do BTG reiterarem a recomendação de compra.

Mercados globais

Nos Estados Unidos, os principais índices de Nova York avançaram e bateram novos recordes com os ganhos das ações de empresas de tecnologia. Pela primeira vez, o S&P 500 ultrapassou os 5.600 pontos.

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Enquanto investidores se preparavam para a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de junho nesta quinta, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que a autoridade monetária não precisa que a inflação esteja abaixo de 2% antes de cortar as taxas, embora tenha acrescentado que os diretores ainda têm mais trabalho a fazer.

Ele observou que o mercado de trabalho esfriou “significativamente”. Powell citou “um bom caminho a percorrer” na redução do balanço patrimonial e disse que o setor imobiliário comercial não ameaça a estabilidade financeira.

“A principal conclusão do seu depoimento é que a avaliação do Fed sobre o equilíbrio dos riscos está mudando de maneiras que – se apoiadas e sustentadas pelos dados recebidos – resultarão em um corte de taxa em setembro”, disse Krishna Guha, da Evercore.

Economistas preveem que o núcleo do CPI, que exclui os custos de alimentos e energia e é visto como uma melhor medida da inflação subjacente, deve subir 0,2% em junho pelo segundo mês consecutivo.

-- Com informações da Bloomberg News.