Ibovespa fecha em queda puxado por Vale, Petrobras e bancos; Azul recua 24%

Investidores repercutiram reportagem da Bloomberg News de que a companhia aérea busca alternativas para lidar com o endividamento; dólar sobe a R$ 5,63

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29 de Agosto, 2024 | 06:11 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em queda de 0,95%, aos 136.041 pontos, nesta quinta-feira (29), sob influência do recuo de ações de bancos e de empresas ligadas a commodities, em uma sessão marcada pelo desempenho misto dos índices de Nova York.

O dólar (USDBRL) subia 1,09% e operava a R$ 5,63 ao final do pregão.

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A Vale (VALE3) caiu 0,12% e as ações preferenciais da Petrobras (PETR3; PETR4) recuaram 0,68%. Ambas foram as principais contribuições para a queda do Ibovespa em volume.

O Itaú Unibanco (ITUB4) perdeu 1,10%, e foi a principal influência negativa entre os bancos. Bradesco (BBDC4), Santander Brasil (SANB11) e BTG Pactual (BPAC11) também tiveram perdas. O Banco do Brasil (BBAS3) foi exceção e avançou. A B3 (B3SA3), que é um dos ativos que tiveram valorização expressiva no mês, caiu 1,26%.

Destaque ainda para a Azul (AZUL4), que perdeu 24,14% em reação de investidores à notícia publicada pela Bloomberg News de que a companhia aérea busca alternativas lidar com a dívida.

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Segundo a reportagem, a Azul avalia opções que vão desde uma oferta de ações a um pedido de proteção contra credores nos Estados Unidos, pelo Chapter 11, enquanto luta para cumprir obrigações de dívida com vencimento iminente, disseram pessoas com conhecimento do assunto sob condição de anonimato.

Embora um pedido no Chapter 11 esteja sendo considerado, a Azul pretende evitá-lo e trabalha com o Citigroup para uma potencial oferta de ações, disse uma das pessoas. A companhia também trabalha com o Citi como assessor sobre o potencial contrato de fusão com a Gol (GOLL4).

Outra opção que vem sendo estudada é a emissão de novas dívidas por meio da unidade de carga da Azul. Representantes do banco americano e da Azul não comentaram.

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Ainda no noticiário corporativo, a Azzas 2154 (AZZA3), companhia resultante da fusão entre Arezzo e Grupo Soma, caiu 4,23% e ficou entre as maiores quedas do dia.

A empresa divulgou mudanças na equipe executiva. Diferentemente do originalmente divulgado em fevereiro, Rony Meisler, um dos fundadores da Reserva, não cuidará mais da vertical de vestuário masculino. Ruy Kameyama, que faz parte do conselho de administração do grupo, foi anunciado nesta quinta-feira (29) como CEO dessa unidade de negócios, uma das mais rentáveis do Grupo Arezzo.

Além de Meisler, também deixam o grupo os executivos Fernando Sigal, Jayme Nigri Moszkowicz e José Alberto da Silva, que participaram da fundação da Reserva. “Rony e os demais fundadores seguirão até o final deste ano apoiando o processo de transição”, disse a companhia.

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Adquirida em 2020, a Reserva passou a ser designada também como AR&Co, com nove marcas no seu guarda-chuva: Reserva, Reserva Mini, Oficina, Reserva Ink, Reserva Go, Reversa, Simples, Baw e Foxton. Alcançou um crescimento anual perto de 300% na receita entre 2019 e junho de 2024, de cerca de R$ 400 milhões para R$ 1,6 bilhão, segundo comunicado divulgado pela Azzas 2154.

Na ponta positiva, a Gerdau (GGBR4) e a holding Gerdau Metalúrgica (GOAU4) subiram 2,27% e 1,84%, respectivamente, e ficaram entre as maiores altas do Ibovespa. O grupo anunciou na véspera que a subsidiária Gerdau Aços Longos levantou R$ 1,77 bilhão em créditos tributários que estavam depositados judicialmente. Os créditos eram relacionados a um processo sobre a exclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e Cofins, após o trânsito em julgado.

Estados Unidos

Em Nova York, o rali dos últimos dias do S&P 500 perdeu força à medida que a Nvidia (NVDA) ampliou a queda para mais de 6% depois da divulgação dos resultados do segundo trimestre. A empresa divulgou projeções (guidance) para o terceiro trimestre que ficaram acima do consenso, mas abaixo das expectativas mais elevadas.

Apesar do recuo da fabricante de chips usados para ferramentas de inteligência artificial, a maioria das ações nos EUA avançou impulsionada por dados que mostram que a economia americana se mantém firme.

“A queda nas ações da Nvidia após a divulgação de seus últimos resultados, que superaram o consenso, reforça o argumento de que ela estava precificada para a perfeição”, disse John Higgins, da Capital Economics. “Mas isso não significa que sua festa acabou, ou que a bolha da IA está estourando.”

Na agenda do dia, a revisão do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA também afetou os mercados. A economia dos EUA cresceu em um ritmo ligeiramente mais forte no segundo trimestre do que o inicialmente relatado, refletindo uma revisão para cima dos gastos dos consumidores, que mais do que compensou a atividade mais fraca em outras categorias.

O PIB subiu a uma taxa anualizada de 3% no período de abril a junho, acima da estimativa anterior de 2,8%, de acordo com dados do departamento de estatísticas do país publicados hoje. O principal motor de crescimento da economia – o consumo pessoal – avançou 2,9%, em comparação com a estimativa anterior de 2,3%.

“A economia não parece estar à beira do colapso e, no mercado atual, boas notícias são boas notícias. Não houve nada aqui que fizesse o Fed repensar seu plano de cortar as taxas no próximo mês”, disse Chris Larkin, da E*Trade, do Morgan Stanley.

-- Com informações da Bloomberg News