Ibovespa fecha em queda puxado por Vale, Petrobras e bancos; Assaí recua 8%

Investidores reagiram a declarações de Jerome Powell, que indicou não ter pressa para reduzir os juros nos EUA; Ibovespa teve perda em setembro

After Hours
30 de Setembro, 2024 | 06:21 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) destoou dos mercados em Nova York e fechou o último pregão de setembro em queda, com os investidores reagindo a declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.

O principal índice da bolsa brasileira caiu 0,69%, aos 131.816 pontos, ao final do pregão nesta segunda-feira (30). Com o resultado, o Ibovespa acumulou queda de 3,08% em setembro, revertendo parte dos fortes ganhos em agosto. No ano, o índice tem perda de 1,77%.

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O dólar encerrou o dia com alta de 0,32%, a R$ 5,45.

As perdas do Ibovespa foram puxadas principalmente pelas as ações da Vale (VALE3), que caíram 0,70%. Os papéis da mineradora chegaram a subir cerca de 2% durante a manhã, em reação a novas medidas de estímulo da China ao setor imobiliário, mas perderam força durante o dia. O preço do minério de ferro avançou mais de 6,6% em Singapura nesta segunda.

A Petrobras (PETR3; PETR4) teve leve queda, apesar do avanço do preço do petróleo. As ações preferenciais caíram 0,28%.

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O dia também foi de perdas para o setor financeiro. O Itaú Unibanco (ITUB4) recuou 1,77%, enquanto o Bradesco (BBDC4) e a B3 (B3SA3) caíram 1,61% e 0,19%, respectivamente. Os três ativos ficaram entre as principais contribuições negativas do dia em volume. O Banco do Brasil (BBAS3), o Santander Brasil (SANB11) e o BTG Pactual (BPAC11) também cederam.

Destaque ainda para o Assaí (ASAI3), que perdeu 8,00% e liderou entre as maiores quedas, depois que a companhia informou que a Receita Federal determinou o arrolamento de bens no valor de R$ 1,265 bilhão por contingências tributárias com o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), do qual a empresa se separou em 2021. Os papéis do Pão de Açúcar recuaram 1,05%.

Mais cedo, o relatório Focus do Banco Central trouxe uma revisão para cima na expectativa medida da Selic no fim de 2024. Economistas consultados pelo BC agora projetam que a taxa de juros deve encerrar o ano em 11,75% ao ano, ante 11,50% na estimativa da semana passada.

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Isso implicaria dois aumentos de 0,50 ponto percentual nas últimas duas reuniões do Copom neste ano em relação ao patamar atual da Selic, de 10,75%.

Para o IPCA, os economistas mantiveram as projeções estáveis em 4,37% para 2024 depois de uma sequência de 10 semanas em alta. Para 2025, a projeção foi mantida em 3,97%.

Estados Unidos

Em Nova York, as ações subiram nos minutos finais de negociação, mesmo após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizar que não tem pressa em realizar novos cortes na taxa de juros.

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Powell afirmou que o banco central reduzirá as taxas “ao longo do tempo”, ao mesmo tempo em que reafirmou que a economia como um todo continua em uma base sólida.

O S&P 500 encerrou o terceiro trimestre com uma alta de mais de US$ 2,5 trilhões, ignorando a postura cautelosa do presidente do Fed.

O índice garantiu seu quarto trimestre consecutivo de ganhos — a sequência mais longa desde 2021. O Nasdaq 100, que tem grande peso de empresas de tecnologia, obteve uma sequência semelhante.

Enquanto avaliam as perspectivas de cortes nas taxas do Fed, os investidores precisam lidar com uma combinação de riscos, incluindo o aumento das tensões no Oriente Médio e uma possível greve de estivadores em portos dos EUA na terça-feira.

O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, manifestou suas preocupações sobre um choque de oferta se a greve se prolongar. “Isso vai aumentar o custo de fazer negócios e levar a escassez”, disse ele à Fox Business.

Enquanto isso, Raphael Bostic, do Fed de Atlanta, disse à Reuters que estava aberto a outro corte de meio ponto na política monetária na reunião de novembro do banco central, se os dados vindouros mostrarem um crescimento do emprego mais lento do que o esperado.

Para os estrategistas do Goldman Sachs, liderados por David Kostin, um relatório forte de emprego na sexta-feira pode ajudar a alimentar apostas de maior risco e encorajar os investidores a se moverem “de ações caras de ‘qualidade’ para empresas de qualidade inferior, menos valorizadas.”

As ações europeias caíram cerca de 1% depois que a Stellantis, fabricante de Jeep e Fiat, cortou sua previsão de margem de lucro. Na sexta-feira, a Volkswagen havia emitido seu segundo alerta de lucro em três meses. A Ford e a General Motors caíram nas negociações dos EUA.

Isso contrastou com o clima na China, onde o índice CSI 300 subiu até 9,1%, o maior aumento desde 2008, impulsionado pelo pacote de estímulos.

-- Com informações de Bloomberg News.