Ibovespa fecha em queda com recuo da Vale; Petrobras e Localiza sobem

Investidores avaliaram o tom mais duro da ata do Copom divulgada nesta terça; dólar fechou estável a R$ 5,75

After Hours
12 de Novembro, 2024 | 06:42 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) teve uma sessão de leve perdas em meio a incertezas sobre o pacote de corte de gastos do governo, enquanto investidores avaliavam o tom mais duro da ata do Copom divulgada nesta terça-feira (12).

O principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,14%, aos 127.698 pontos, depois de recuar até 0,33% na mínima do dia. O dólar (USDBRL), por sua vez, ficou estável, fechando cotado a R$ 5,75, com variação de -0,06%. Durante o dia, a moeda americana chegou a subir a R$ 5,82 na máxima.

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O Banco Central alertou que uma piora maior das expectativas de inflação pode levar a um ciclo de aumento de juros mais longo, de acordo com a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em 5 e 6 de novembro, quando as autoridades elevaram a Selic em 50 pontos-base, para 11,25%.

“Um agravamento adicional nas expectativas pode levar a um ciclo de aperto da política monetária mais prolongado”, escreveram os diretores do BC no documento.

Todos os membros do comitê compartilham do “desconforto” com as estimativas de inflação que permanecem pelo menos meio ponto percentual acima da meta de 3%. Eles observaram que a perspectiva de curto prazo é “mais desafiadora”.

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O comitê “acredita que a condução da política monetária é um fator fundamental para a reancoragem das expectativas e continuará tomando decisões que preservem a credibilidade e reflitam o papel fundamental das expectativas na dinâmica da inflação”, escreveram.

Para Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Rena, a ata revela uma maior preocupação com o aumento dos riscos inflacionários, além de um cenário mais desafiador no curto prazo.

“O Comitê explicita ainda que uma deterioração adicional das expectativas de inflação pode levar a um prolongamento do ciclo de aperto monetário, o que pode ser visto como uma indicação de um foco maior no orçamento total do ciclo do que numa eventual aceleração do ritmo de ajuste”, escreveu Goldenstein, em relatório a clientes.

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Entre os ativos, a Vale (VALE3) caiu 2,27% e foi a maior contribuição negativa em volume. O papel da empresa estendeu as perdas, refletindo o recuo dos futuros do minério de ferro no mercado internacional, ainda diante da frustração com medidas de apoio econômico da China.

Já a Petrobras (PETR3; PETR4) avançou e ajudou a reduzir as perdas do índice. As ações preferenciais da empresa subiram 1,88%.

Destaque também para a Localiza (RENT3), que subiu 6,79% e também ficou entre as maiores influências positivas depois de a empresa divulgar o balanço do terceiro trimestre, que teve resultados melhores do que o esperado por analistas. O lucro líquido da companhia subi 22,2% para R$ 812,1 milhões no período e a receita líquida avançou 32,3%, para R$ 9,7 bilhões, enquanto o Ebita subiu 24,1%, a R$ 3,32 bilhões.

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O BTG Pactual (BPAC11) subiu 0,89% depois da divulgação do balanço. O maior banco de investimentos do país, liderado por André Esteves e Roberto Sallouti, reportou um lucro líquido ajustado de R$ 3,2 bilhões, um novo recorde. O valor representou um crescimento de 17% em 12 meses, segundo o relatório publicado nesta manhã de terça-feira (12).

O lucro líquido contábil foi recorde pelo sexto trimestre seguido, em um total de R$ 3,068 bilhões de julho a setembro - com aumento de 8,7% na base trimestral e também de 17% no ano. A rentabilidade medida pelo ROAE (retorno sobre o patrimônio médio) alcançou 23,5% como reflexo do recorde de receitas e do ganho de eficiência operacional.

Demais bancos, como Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3), Santander Brasil (SANB11), tiveram quedas.

-- Com informações da Bloomberg News.