Ibovespa fecha em queda de 0,11% puxado por Vale e Petrobras; Hypera sobe

Ações de setores ligados a commodities e de bancos tiveram desempenho negativo nesta segunda; dólar ficou estável em R$ 5,70

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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão em leve baixa nesta segunda-feira (21), depois de oscilar durante o dia, com o recuo de ações dos setores ligados a commodities e de bancos.

O principal índice da bolsa brasileira caiu 0,11%, aos 130.362 pontos, e teve a terceira sessão consecutiva de perdas. Desde a última quarta-feira, índice recuou ao todo 1,05%. O dólar (USDBRL) ficou estável, com alta de 0,05%, cotado a R$ 5,70.

A Vale (VALE3) caiu 0,36% e foi a principal contribuição negativa em volume. O papel da empresa oscilou e virou para baixa depois de iniciar o dia em alta.

A empresa informou na sexta-feira o avanço das negociações com autoridades brasileiras para chegar a um acordo definitivo sobre as indenizações do desastre de Mariana, em Minas Gerais.

As negociações também envolvem a BHP e a Samarco, joint venture da Vale e da BHP responsável pela barragem de Fundão, que se rompeu em 2015 causando um dos piores desastres do país.

A Petrobras (PETR3; PETR4) também recuou, puxando o Ibovespa para baixo, na contramão dos preços futuros do petróleo, que subiram. As ações preferenciais caíram 1,57%, e as ordinárias tiveram queda de 1,83%.

O Banco do Brasil (BBAS3) caiu 0,26% e foi a principal contribuição negativa no setor financeiro. O Itaú Unibanco (ITUB4) cedeu 0,51% e o Bradesco (BBDC4) recuou 0,26%.

Na ponta positiva, destaque para a farmacêutica Hypera (HYPE3), depois que a empresa confirmou ter recebido uma proposta da EMS para uma fusão, que pode criar uma gigante no setor farmacêutico do Brasil com uma receita líquida anual estimada em cerca de R$ 16 bilhões. Os papéis encerraram o dia em alta de 1,91% e foram a principal contribuição positiva.

A proposta de combinação de negócios foi apresentada pela EMS e formalizada nesta segunda-feira (21) à tarde em um fato relevante enviado pela Hypera à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), com a previsão de um período de até 30 dias para a confirmação ou não da operação com os termos propostos.

O negócio seria realizado por meio de troca de ações, acompanhada de uma OPA (Oferta Pública de Aquisição de Ações) por 20% do capital votante da Hypera, em ambos os casos ao valor de R$ 30 por ação. Isso representa um prêmio de 16,9% em relação ao fechamento da sexta-feira (R$ 25,67).

Mais cedo, o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central nesta manhã, apontou um cenário mais pessimista para a inflação e os juros, a duas semanas da reunião do Copom.

A pesquisa mostrou um aumento na previsão do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao fim de 2024. A inflação prevista agora é de 4,50%, ante 4,39% na semana passada.

Para 2025, economistas agora preveem que a Selic deve encerrar o ano em 11,25% ao ano, um aumento em relação à projeção de 11% na edição anterior da pesquisa. As expectativas para o IPCA no ano que vem subiram de 3,96% a 3,99%, acima da meta do Banco Central, de 3%.

Estados Unidos

Em Nova York, o S&P 500 e o Nasdaq fizeram uma pausa após registrarem o maior rali semanal do ano, com os investidores se preparando para a divulgação de balanços trimestrais importantes nesta semana, incluindo de empresas como Tesla, Boeing e UPS.

Wall Street enfrenta um obstáculo com os resultados corporativos esta semana, uma vez que cerca de 20% das empresas do S&P 500 estão programadas para divulgar seus números trimestrais.

A mais recente pesquisa Bloomberg Markets Live Pulse mostra que os entrevistados veem os resultados das empresas americanas como mais cruciais para o desempenho do mercado de ações do que a eleição de novembro ou até mesmo o caminho da política monetária do Federal Reserve.

Os rendimentos dos títulos de 10 anos dos EUA subiram 10 pontos base, para 4,19%. Eles devem testar o patamar de 5% nos próximos seis meses, devido às crescentes expectativas de inflação e preocupações com os gastos fiscais, disse Arif Husain, da T. Rowe Price.

Enquanto isso, Torsten Slok, da Apollo Global Management, vê mais chances de o Fed manter as taxas inalteradas em novembro, à medida que a economia continua avançando.

-- Com informações de Bloomberg News.