Ibovespa fecha em queda com temores sobre o conflito no Oriente Médio; Petrobras sobe

Sentimento de aversão ao risco predominou nos mercados enquanto investidores avaliam os desdobramentos dos ataques de Israel e Irã

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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) teve a maior queda diária em quase duas semanas, diante da preocupação de investidores com o conflito no Oriente Médio, o que levou a um sentimento de aversão ao risco e fez as bolsas internacionais caírem.

O principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 1,38%, aos 131.672 pontos, o maior recuo diário desde 20 de setembro. O dólar (USDBRL) subiu 0,66%, a R$ 5,48.

Entre os ativos, a Vale (VALE3) caiu 1,92% e foi a principal contribuição negativa em volume, mesmo com o avanço do preço do minério de ferro no mercado internacional.

O Itaú Unibanco (ITUB4) recuou 2,46% e também ajudou a puxar as perdas do dia. Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3), Santander Brasil (SANB11) e BTG Pactual (BPAC11) também caíram.

Destaque ainda para a Ambev (ABEV3), que perdeu 2,33%, e também ficou entre as principais influências do dia.

Na outra ponta, o ganho do preço do petróleo ajudou os papéis das petroleiras, incluindo a Petrobras (PETR3, PETR4). As ações preferenciais subiram 1,23% e as ordinárias avançaram 1,35%. A Prio (PRIO3) teve ganhos de 1,11% e ajudou a evitar perdas maiores para o Ibovespa.

Exterior

Nos Estados Unidos, as ações oscilaram enquanto os traders avaliavam a possibilidade de escalada do conflito no Oriente Médio e a divulgação de dados econômicos positivos.

O S&P 500 caiu 0,2% e o Nasdaq 100 terminou o dia ligeiramente mais baixo após uma negociação volátil durante grande parte da manhã. O humor em Wall Street azedou após comentários confusos do presidente Joe Biden sobre se ele apoiaria Israel em um ataque às instalações de petróleo do Irã.

Os preços do petróleo dispararam. O Brent subiu acima de US$ 77 por barril, no maior período de ganhos diários desde agosto, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) ultrapassou US$ 73.

Os investidores estão preocupados que, se Israel atacar ativos iranianos estratégicos, a República Islâmica retaliará, aumentando o conflito e arrastando mais países, o que poderia interromper o fluxo global de energia.

Isso deixou os principais índices de ações dos EUA a caminho de sua primeira perda semanal em quatro semanas, enquanto o mundo aguarda uma resposta israelense ao ataque com mísseis do Irã.

Aviões de guerra de Israel bombardearam Beirute durante a noite, após oito de seus soldados serem mortos no sul do Líbano em combates contra o Hezbollah. O índice de medo de Wall Street, o VIX, retomou sua alta, sinalizando que mais volatilidade nas ações está por vir.

Mais cedo, as ações brevemente eliminaram as perdas depois que uma leitura mostrou que o setor de serviços dos EUA em setembro expandiu no ritmo mais rápido desde fevereiro de 2023. O índice do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) para serviços subiu para 54,9, superando as estimativas. Leituras acima de 50 indicam expansão.

Outros dados mostraram que os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA aumentaram ligeiramente na semana passada, para um nível consistente com um número limitado de demissões. Os pedidos contínuos, um indicador para o número de pessoas que recebem benefícios, mudaram pouco, totalizando 1,83 milhão na semana anterior, de acordo com dados do Departamento de Trabalho divulgados na quinta-feira.

Em meio a toda a incerteza geopolítica, os investidores estão procurando mais sinais sobre a saúde da economia dos EUA, com o relatório mensal de empregos previsto para sexta-feira. A taxa de desemprego deve se manter estável em 4,2% em setembro, enquanto os postos de trabalho devem aumentar em 150 mil.

-- Com informações de Bloomberg News.