Ibovespa fecha em queda com recuo de Vale, Petrobras e Suzano; Yduqs sobe 10,2%

Papéis ligados a commodities e varejo pesaram sobre o desempenho do índice nesta terça, enquanto investidores aguardam a divulgação da ata do Fed na quarta

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21 de Maio, 2024 | 06:24 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou com perda de 0,27%, aos 127.412 pontos, nesta terça-feira (21), com o recuo de papéis ligados a commodities e ao varejo pesando sobre o índice. Investidores mantêm ainda um sentimento de cautela diante das expectativas de juros e de inflação mais elevadas, enquanto monitoram os próximos passos da política monetária do Federal Reserve, nos EUA. O dólar (USDBRL) operava estável, com alta de 0,03%, e era negociado a R$ 5,12 no fechamento.

As ações da Vale (VALE3) não acompanharam os ganhos do preço do minério de ferro no mercado internacional e fecharam em baixa, apesar das expectativas sobre os estímulos na China.

Os papéis da Petrobras (PETR3; PETR4) também caíram, seguindo o recuo do preço do petróleo. O conselho de administração da empresa se reunirá na sexta-feira (24) para votar a indicação de Magda Chambriard pelo governo para o cargo de CEO e membro do colegiado.

A Suzano (SUZB3) fechou com perdas e foi uma das principais contribuições negativas depois de especulações de que a empresa pode elevar a oferta de US$ 15 bilhões pela International Paper (IP), que teria sido inicialmente rejeitada, segundo a agência de notícias Reuters.

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Analistas da equipe de research do BTG Pactual ressaltaram que a empresa já perdeu R$ 13 bilhões em valor de mercado em razão dos temores de uma maior alocação de capital e uma maior alavancagem. Segundo os analistas, a aquisição é vista pelo mercado como muito grande, complexa e com baixo potencial de sinergias.

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Enquanto isso, os papéis da Lojas Renner (LREN3) caíram depois que analistas da XP revisaram a recomendação da ação de compra para neutro, com preço-alvo de R$ 18, citando um cenário macroeconômico mais difícil.

Na ponta positiva, as ações da Yduqs (YDUQ3) foram destaque com alta de 10,22% após o grupo de educação informar um guidance acima do esperado por analistas. A empresa divulgou nesta terça que espera um lucro líquido ajustado entre R$ 1,6 e R$ 1,9 em 2024, e entre de R$ 2 e R$ 3 para 2025. Para 2026, a projeção é de um resultado entre R$ 2,5 e R$ 3,5 por ação. Os números surpreenderam analistas.

CSN Mineração (CMIN3), CPFL (CPFE3), Eztec (EZTC3) e Copel (CPLE6) também subiram, ficando entre as maiores altas.

No cenário internacional, investidores aguardam a divulgação do balanço da Nvidia (NVDA), na quarta-feira, o que pode influenciar os papéis de outras empresas de tecnologia ligadas ao fenômeno da inteligência artificial. Também nesta quarta deve ser divulgada a ata da mais recente reunião do Fomc, o comitê do Federal Reserve responsável por definir a política de juros.

Investidores buscam sinais sobre os próximos passos do Fed após indicadores econômicos mostrarem uma desaceleração da atividade, do consumo e da inflação, o que impulsionou os ganhos das ações na semana passada.

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Christopher Waller, membro do conselho do Federal Reserve, disse nesta terça que precisa ver “mais alguns” meses de bons dados de inflação para iniciar os cortes nas taxas de juros, embora os números recentes sugiram que o progresso provavelmente foi retomado.

Waller disse que os dados dos preços ao consumidor de abril (CPI, na sigla em inglês), que mostraram que um indicador-chave da inflação subjacente desacelerou pela primeira vez em seis meses, foram um sinal de que as pressões sobre os preços não estão se acelerando.

Ele também observou vendas no varejo mais suaves no mês e sinais de desaceleração no mercado de trabalho.

“Os dados mais recentes do CPI foram um sinal tranquilizador de que a inflação não está se acelerando e os dados sobre os gastos e o mercado de trabalho me sugerem que a política monetária está em um cenário apropriado para pressionar a inflação para baixo”, afirmou Waller em comentários no Peterson Institute for International Economics nesta terça-feira (21).

No entanto, ele disse que os dados recentes sobre preços mostraram apenas um progresso modesto em direção à meta de inflação de 2% do banco central americano.

“Se eu ainda fosse um professor e tivesse que atribuir uma nota a esse relatório de inflação, seria um C+ – longe de ser uma reprovação, mas também não é a melhor nota”, disse ele.

- Com informações da Bloomberg News.