Ibovespa fecha em queda com recuo de bancos e receio sobre cenário de juros nos EUA

Resiliência da economia americana tem reforçado a visão de que o Federal Reserve não deve ser tão agressivo nos cortes de juros; dólar fica estável a R$ 5,59

After Hours
22 de Outubro, 2024 | 06:25 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) estendeu as perdas e fechou em queda pelo quarto pregão seguido nesta terça-feira (22), influenciado principalmente por ações do setor financeiro, com os investidores avaliando o cenário dos juros globais.

A resiliência da economia americana tem reforçado a visão de que o Federal Reserve pode não ser tão agressivo nos cortes da taxa de juros à frente, o que teve reflexos para os ativos no Brasil.

O principal índice da bolsa brasileira caiu 0,31%, aos 129.951 pontos. O dólar (USDBRL) operava estável, com queda de 0,09%, a R$ 5,69.

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) recuaram 1,20% e foram a principal influência negativa em volume. Os papéis do Bradesco (BBDC4), do Santander Brasil (SANB11) e do BTG Pactual (BPAC11) também tiveram perdas, assim como a B3 (B3SA3), que caiu 2,21%. O Itaú Unibanco (ITUB4) foi exceção entre os bancos e subiu 0,17%.

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A Petrobras (PETR3; PETR4) teve queda e também contribuiu para o desempenho do Ibovespa. As ações preferenciais caíram 0,39% e as ordinárias cederam 0,48%.

Na ponta positiva, a Vale (VALE3) subiu 0,13% e a Suzano (SUZB3) avançou 2,33%. Destaque também para a Hypera (HYPE3), que estendeu as altas e avançou 7,45%, ainda em reação à proposta de fusão da EMS, anunciada na véspera.

Mais cedo, dados divulgados pelo Ministério da Fazenda mostraram que a arrecadação federal subiu 11,61% em setembro em relação ao mesmo mês do ano passado, para R$ 203,17 bilhões. O resultado ficou acima das expectativas de economistas consultados pela Bloomberg, estimavam um montante de R$ 201,1 bilhões, na mediana.

O valor é o maior já registrado para o mês na série histórica desde 1995, no momento em que o governo tem sido pressionado a reduzir despesas para atingir as metas fiscais e manter as contas públicas equilibradas.

No acumulado do ano, a arrecadação federal somou R$ 1,934 bilhão até setembro, o que representa um aumento real de 9,68% sobre o mesmo período do ano passado.

Estados Unidos

Em Nova York, os índices de ações oscilaram enquanto os investidores avaliavam as perspectivas de um ritmo mais lento nos cortes de taxas do Federal Reserve. Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos pairaram em torno de 4,2%.

Wall Street tem reduzido apostas em afrouxamento agressivo da política monetária, já que a economia dos EUA permanece robusta, enquanto os dirigentes do Fed mantêm um tom cauteloso sobre o ritmo das futuras reduções de taxas.

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O aumento dos preços do petróleo e a perspectiva de déficits fiscais maiores após a próxima eleição presidencial agravam as preocupações do mercado.

Desde o final da semana passada, os traders reduziram a extensão dos cortes esperados do Fed até setembro de 2025 em mais de 10 pontos-base.

A maioria dos dirigentes do Fed que falaram no início desta semana sinalizaram que preferem um ritmo mais lento de reduções de taxas. Os formuladores de política monetária, em sua reunião do mês passado, começaram a reduzir as taxas pela primeira vez desde o início da pandemia.

Eles cortaram sua taxa de referência em meio ponto percentual, para uma faixa de 4,75% a 5%, à medida que aumentavam as preocupações com a deterioração do mercado de trabalho e com a inflação se aproximando da meta de 2% do Fed.

-- Com informações de Bloomberg News.