Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em queda de 0,32%, aos 121.407 pontos, com os investidores reagindo ao recuo do preço do minério de ferro e a novos indicadores econômicos do Brasil e dos EUA.
Em Nova York, as ações avançaram com novos dados mais fracos do mercado de trabalho, o que reforça a expectativa de cortes da taxa de juros.
O sentimento positivo ajudou impulsionar a Nvidia (NVDA). A fabricante de chips se tornou a terceira empresa a alcançar o valor de mercado de US$ 3 trilhões, superando a avaliação da Apple (AAPL).
O dólar (USDBRL) subia 0,22% e era negociado a R$ 5,30 ao final do pregão.
No Brasil, as ações da Vale (VALE3) recuaram e foram a principal contribuição negativa para o índice da bolsa brasileira. O minério de ferro caiu para o nível mais baixo em cerca de oito semanas, em meio a um acúmulo de estoques que sinaliza uma demanda fraca na China.
A queda também foi puxada pelas perdas da Embraer (EMBR3) depois que analistas do Santander revisaram o preço-alvo da ADR da empresa de US$ 38 para US$ 37, refletindo um Ebitda 4% menor em 2024 e 2025 em média. O banco, no entanto, manteve a recomendação de compra do papel.
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Os papéis da Weg (WEGE3) recuaram depois de serem rebaixados de neutro para venda por analistas do Goldman Sachs. O banco cortou ainda a recomendação da CCR (CCRO3) de compra para neutra, o que fez as ações caírem.
Os papéis do Itaú Unibanco (ITUB4) e da Prio (PRIO3) também recuaram e ficaram entre as principais contribuições negativas.
Na ponta positiva, as ações da Sabesp (SBSP3) avançaram e lideraram entre as maiores altas, ainda refletindo a divulgação de detalhes da oferta de ações do processo de privatização da empresa na segunda-feira.
A Petrobras (PETR3; PETR4) teve leve ganho, com a recuperação parcial dos preços do petróleo depois das quedas nos últimos dias.
Magazine Luiza (MGLU) subiu depois do recuo na véspera. Azul (AZUL4), Cyrela (CYRE3) e São Martinho (SMTO3) também tiveram ganhos e ficaram entre as maiores altas.
Mais cedo, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram uma queda maior do que a esperada na produção industrial em abril deste ano. Segundo o IBGE, a queda foi de 0,5% na passagem de março para abril, interrompendo dois meses consecutivos de crescimento.
Com esses resultados, o setor ainda se encontra 0,1% abaixo do patamar pré-pandemia e 16,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011, de acordo com o IBGE.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, destaca que, apesar do resultado negativo na leitura geral, a composição do indicador traz alguns pontos positivo, como a alta de 5,6% na categoria de bens duráveis e o avanço de 3,5% do grupo de bens de capital. Os movimentos, segundo ela, pode estar relacionados com os cortes da Selic desde o ano passado.
“Daqui para a frente, acreditamos que o setor registrará períodos de oscilação, fechando o ano com leve alta. Na nossa visão, a indústria deve contribuir pouco com o crescimento de 2,2% que projetamos para o PIB em 2024″, afirmou em comentário a clientes.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, os principais índices avançaram depois que os dados mostraram que as contratações em empresas americanas cresceram em maio no ritmo mais lento desde o início do ano. O resultado reforça a visão de que o mercado de trabalho em desaquecimento pode favorecer cortes da taxa de juros pelo Federal Reserve.
As vagas em folhas de pagamento privadas aumentaram em 152 mil no mês passado, de acordo com o Instituto de Pesquisa ADP, abaixo da estimativa mediana de 175 mil.
Os dados recentes indicam que o mercado de trabalho está esfriando, mas tem sido gradualmente por meio de uma contratação mais lenta em vez de cortes de empregos diretos.
As autoridades do Fed esperam que essa tendência continue para controlar a demanda e domar a inflação e levá-la à meta de 2% sem colocar milhões de pessoas fora do mercado de trabalho.
O relatório mensal de empregos — o payroll —, que sai na sexta-feira (7), deve mostrar que os EUA adicionaram 185 mil empregos em maio, enquanto a taxa de desemprego permaneceu estável.
Por outro lado, o setor de serviços dos EUA se expandiu em maio no ritmo mais forte em nove meses, impulsionado pelo maior ganho mensal em uma medida de atividade empresarial desde 2021.
O índice composto de serviços do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) avançou 4,4 pontos, o maior ganho desde o início do ano passado, para 53,8. Leituras acima de 50 indicam expansão, e o valor de maio superou todas as previsões em uma pesquisa da Bloomberg com economistas.
-- Com informações da Bloomberg News.