Ibovespa fecha em queda com recuo da Petrobras e da Vale; dólar sobe a R$ 5,66

Investidores reagiram à queda dos preços de commodities, como o petróleo, diante de preocupações com a demanda da China e dos EUA

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10 de Setembro, 2024 | 05:40 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em queda de 0,31%, aos 134.320 pontos, nesta terça-feira (10), influenciado principalmente pelo recuo dos preços de commodities, o que afetou as ações de empresas de petróleo e mineração.

O dólar (USDBRL) subia 1,27% e operava a R$ 5,66 ao final do pregão.

A Petrobras (PETR3; PETR4) foi a principal influência negativa em volume, com as ações preferenciais recuando 1,66% e as ordinárias, 2,14%.

O petróleo Brent, principal referência de preços internacionais, caiu abaixo do patamar de US$ 70 pela primeira vez desde 2021. Por volta das 17h (horário de Brasília), o futuro do barril era negociado a US$ 69,64, com queda de 3,06%.

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Investidores temem que a desaceleração dos Estados Unidos e da China afete a demanda por combustíveis e derivados de petróleo no momento em que os estoques e a produção se mantêm elevados.

A Prio (PRIO3), por outro lado, subiu 0,57%, na contramão do setor.

A Vale (VALE3) recuou 1,20% e também ficou entre as principais contribuições negativas, em reação às preocupações com a economia chinesa. A China é o maior importador de minério de ferro do mundo, principal produto da Vale.

Já os bancos tiveram desempenho misto. O Banco do Brasil (BBAS3) teve perdas de 1,48%, e contribuiu para a queda do Ibovespa. Santander Brasil (SANB11) e BTG Pactual (BPAC11) também recuaram, enquanto Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) subiram.

A B3 (B3SA3) subiu 1,14% e foi a principal contribuição positiva. A Azul (AZUL4) recuperou parte das perdas da véspera e avançou 3,69%. O papel da companhia aérea foi a maior alta do do dia.

Na agenda do dia, o IBGE divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve uma variação negativa de 0,02%.

O resultado, a primeira deflação do ano, veio abaixo do esperado pelo consenso de mercado - a Bloomberg Economics estimava uma alta entre 0,25% e 0,35%.

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No ano, de janeiro a agosto, o IPCA tem alta de 2,85%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 4,24%, abaixo dos 4,50% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

O recuo em agosto foi influenciado principalmente pela queda dos preços de energia e de alimentação em domicílio. O resultado pode dar um alívio momentâneo para o Banco Central, que se reúne na semana que vem para definir o novo patamar da Selic.

Economistas, no entanto, avaliam que a inflação deve voltar a subir em setembro, com a bandeira vermelha 1 pesando sobre os preços de energia.

”Apesar de o IPCA ter ficado abaixo do esperado, a inflação deve voltar a dar as caras já a partir de setembro. Se em agosto a deflação da energia elétrica jogou o IPCA para baixo, em setembro esse componente vai pressionar o indicador, já que a Aneel acionou a bandeira vermelha 1, o que vai encarecer a conta de luz”, disse Claudia Moreno, economista do C6 Bank.

-- Com informações da Bloomberg News